DA REDAÇÃOEspecialistas afirmaram que já existem estudos indicando danos à saúde e ao meio ambiente devido ao uso continuado de aparelhos e à emissão de ondas eletromagnéticas das torres de telefonia celular. O alerta foi feito durante encontro realizado na Assembléia Legislativa, na manhã desta terça-feira, 11/9, quando membros de associações de moradores e de organizações não-governamentais, deputados estaduais e representantes da prefeitura paulista debateram o tema. No evento, promovido pela Associação Brasileira de Defesa dos Moradores e Usuários Intranqüilos com Equipamentos de Telecomunicações Celular (Abradecel), o presidente da Assembléia, deputado Walter Feldman, deu depoimento sobre os danos provocados pelo uso continuado dos telefones móveis. Sintomas como dor de cabeça, indisposição, cansaço e irritabilidade, que ele passou a apresentar há cerca de dois anos, foram relacionados por médicos ao uso de aparelho celular. Feldman disse que, por isso, alterou hábitos diários e passou a utilizar acessórios que permitem manter o telefone afastado do ouvido./N+/Riscos. /N-/O deputado Salvador Khuriyeh (PSB), autor de projeto sobre instalação de torres aprovado na última semana, afirmou que a população ainda não foi devidamente informada sobre os riscos que esses equipamentos trazem à saúde, apesar dos males já constatados. Segundo o parlamentar, "encontros temáticos deverão ser incentivados, para que seja possível estabelecer regras claras de proteção à saúde e ao meio ambiente".Segundo o advogado Carlos Roberto de Abreu Sodré, conselheiro da Abradecel, as empresas de telefonia se aproveitaram da inexistência de legislação para instalar mais de 1.700 torres na cidade de São Paulo.O coordenador da entidade, João Carlos Rodrigues Peres, informou que a Abradecel está entrando com uma ação contra a veiculação de propaganda do aparelho Baby Celular, da Telesp, que utiliza crianças. Segundo Peres, na Europa recomenda-se que crianças e adolescentes evitem o uso continuado de telefones celulares. Ele disse ainda que diversas entidades da sociedade civil preparam ações judiciais contra a instalação e operação de torres e buscam subsídios científicos para normatizar o uso desse tipo de equipamento de telefonia.