Encontro discutiu os riscos das antenas de celulares

Presidente da Assembléia dá depoimento pessoal sobre problemas de saúde ocorridos pelo uso continuado de celulares
12/09/2001 10:55

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DA REDAÇÃO

Especialistas afirmaram que já existem estudos indicando danos à saúde e ao meio ambiente devido ao uso continuado de aparelhos e à emissão de ondas eletromagnéticas das torres de telefonia celular. O alerta foi feito durante encontro realizado na Assembléia Legislativa, na manhã desta terça-feira, 11/9, quando membros de associações de moradores e de organizações não-governamentais, deputados estaduais e representantes da prefeitura paulista debateram o tema.

No evento, promovido pela Associação Brasileira de Defesa dos Moradores e Usuários Intranqüilos com Equipamentos de Telecomunicações Celular (Abradecel), o presidente da Assembléia, deputado Walter Feldman, deu depoimento sobre os danos provocados pelo uso continuado dos telefones móveis. Sintomas como dor de cabeça, indisposição, cansaço e irritabilidade, que ele passou a apresentar há cerca de dois anos, foram relacionados por médicos ao uso de aparelho celular. Feldman disse que, por isso, alterou hábitos diários e passou a utilizar acessórios que permitem manter o telefone afastado do ouvido.

/N+/Riscos. /N-/O deputado Salvador Khuriyeh (PSB), autor de projeto sobre instalação de torres aprovado na última semana, afirmou que a população ainda não foi devidamente informada sobre os riscos que esses equipamentos trazem à saúde, apesar dos males já constatados. Segundo o parlamentar, "encontros temáticos deverão ser incentivados, para que seja possível estabelecer regras claras de proteção à saúde e ao meio ambiente".

Segundo o advogado Carlos Roberto de Abreu Sodré, conselheiro da Abradecel, as empresas de telefonia se aproveitaram da inexistência de legislação para instalar mais de 1.700 torres na cidade de São Paulo.

O coordenador da entidade, João Carlos Rodrigues Peres, informou que a Abradecel está entrando com uma ação contra a veiculação de propaganda do aparelho Baby Celular, da Telesp, que utiliza crianças. Segundo Peres, na Europa recomenda-se que crianças e adolescentes evitem o uso continuado de telefones celulares. Ele disse ainda que diversas entidades da sociedade civil preparam ações judiciais contra a instalação e operação de torres e buscam subsídios científicos para normatizar o uso desse tipo de equipamento de telefonia.

alesp