Valeu!

OPINIÃO - Milton Flávio
03/02/2005 19:25

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Médico por formação, servidor por opção e concurso, eu sempre defendi que funcionários do Estado, como de resto todo e qualquer cidadão, são merecedores de um plano de saúde de qualidade e gratuito. Tão logo assumi o cargo de deputado estadual, em 1995, apresentei projeto, lei há anos, que previa a descentralização dos serviços do IAMSPE, o Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual. Sempre me pareceu um despropósito que um contingente tão expressivo de pessoas tivessem que se deslocar dos diversos cantos do Estado para a capital a fim de cuidar da saúde. Se mais não fosse, sobrecarregar o Hospital do Servidor era péssimo para quem vinha de fora e também para quem mora em São Paulo.

Quiseram as circunstâncias que eu, por cerca de vinte meses - de março de 2003 a janeiro de 2005 -, fosse levado ao cargo de superintendente do IAMSPE e que, desta forma, fosse obrigado a acelerar na prática tudo o que defendera, com convicção, em teoria.

Sossegue a leitora, acalme-se o leitor. Não pretendo descrever, em minúcias, tudo o que pudemos fazer em tão pouco tempo, já que estou de volta à Assembléia Legislativa de São Paulo. Mas não posso deixar de registrar - não por vaidade, mas por dever de ofício - que, neste período a que me referi linhas acima, muito foi feito em prol dos servidores e, por extensão, a todos os que se valem dos serviços públicos de saúde em nosso Estado.

Além da reforma física e conceitual promovida no pronto-socorro do Hospital do Servidor Público Estadual (HSPE), que ampliou em quase 50% sua capacidade de atendimento nos consultórios, leitos de observação e UTI, nós ampliamos e aprimoramos nossos convênios, a fim de que os funcionários do governo do Estado de São Paulo pudessem ser assistidos de forma mais adequada e pronta. Cresceu o número de consultas, atendimentos, exames e internações. Ampliamos a frota de ambulâncias. Investimos fortemente na humanização do atendimento.

E tudo isso, cujos números me dispenso de apresentar, posto que de conhecimento público, só foi possível pela conjugação de uma série de fatores, a saber: (1) compromisso da equipe dirigente com a ética e com o respeito ao dinheiro público, que passa pela sensível redução dos gastos com manutenção; (2) apoio incondicional do governador Geraldo Alckmin e da Secretaria da Saúde às medidas de modernização administrativa e às reivindicações por mais verbas para o Instituto; (3) compreensão e apoio dos deputados estaduais que sempre souberam reconhecer nosso empenho no sentido de aprimorar os serviços prestados pelo IAMSPE; (4) generosidade e talento dos funcionários que ali trabalham e honram seus ainda parcos vencimentos.

Não me perguntem, caros leitores, o óbvio. É claro que há muito por ser feito. E, por mais que se faça, sempre haverá muito mais a ser feito. O que importa é caminhar de cabeça erguida, com os olhos nos bons propósitos e, claro, na companhia de parceiros decentes. Nesta minha volta à Assembléia Legislativa, espero ser tão feliz - e útil - quanto na minha breve passagem pelo IAMSPE.

Milton Flávio é médico, deputado estadual (PSDB-SP) e ex-superintende do IAMSPE

mflaviol@ig.com.br

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