Indicação de pontos críticos de pobreza


29/11/2002 18:10

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DA ASSESSORIA

A mesa diretora da Assembléia Legislativa aprovou nesta sexta-feira, 29/11, a assinatura de convênio com a Fundação Seade para elaborar um mapa que indicará os bolsões de pobreza da Região Administrativa de Campinas.

Em um ano em que as questões sociais prometem atrair o foco das atenções, a Assembléia Legislativa prepara-se para divulgar, em 2003, uma mapa das principais áreas de concentração de pobreza nos municípios da Região Administrativa de Campinas, como forma de orientar políticas públicas nesses locais.

Será um subproduto do segundo levantamento do Índice Paulista de Responsabilidade Social (IPRS), indicador criado por lei de autoria do deputado estadual Vanderlei Macris (PSDB). Os trabalhos de levantamento e sistematização dos dados estatísticos, tanto do IPRS quanto do mapa de pobreza, ficarão a cargo da Fundação Seade.

Mapas identificarão em 90 municípios da região, utilizando a malha digital do setores censitários do Censo 2000, os locais onde se concentra a população mais carente. Também será produzido um relatório analítico para indicar como essas pessoas percebem as iniciativas das prefeituras que, em tese, foram adotadas para resolver as questões sociais.

Os mapas servirão de protótipo para um projeto mais extenso que poderá no futuro fazer a mesma identificação nos demais municípios do Estado. Quanto ao IPRS, essa será a segunda divulgação do indicador social, criado em 2001, a partir dos trabalhos desenvolvidos pelo Fórum São Paulo Século XXI, uma iniciativa promovida pela Assembléia Legislativa, de 1999 a 2001.

Na ocasião, o deputado Vanderlei Macris (PSDB), que presidia a Assembléia, reuniu no fórum representantes de diversificados setores da sociedade civil para formular uma proposta de desenvolvimento para o Estado. O objetivo era enfrentar o desafio do século recém-iniciado, marcado pelo processo de globalização.

O IPRS foi aprovado em lei que prevê a sua divulgação a cada dois anos. Trata-se de um indicador social inspirado no Índice de Desenvolvimento Humano, criado pela ONU. A Fundação Seade, que foi responsável pelo desenvolvimento da metodologia, apresentou um indicador social com os mesmos objetivos, mas bastante diferenciado e que leva em conta as características peculiares de um estado como São Paulo.

A metodologia foi apresentada em New York, na sede da organização, e mereceu elogios da própria ONU. Como resultado, se formulou um diagnóstico muito próximo da real situação dos 645 municípios do Estado no que se refere às condições de longevidade, educação e renda da população. Eles foram apresentados na forma de grupos de municípios, de acordo com seus estágios de desenvolvimento e características.

Os clusters ou bolsões de pobreza que se pretende identificar na Região Administrativa de Campinas se constituem em um levantamento ainda mais pormenorizado no que se refere à identificação das áreas mais críticas, para intervenção do poder público.

Além de mapear essas áreas, também será apresentado um estudo das percepções que a população desses locais tem da sua pobreza e das políticas sociais formuladas para o combate desta situação. O objetivo é checar a eficiência dessas políticas, para saber se os recursos empregados, já escassos, não são desperdiçados.

alesp