DA ASSESSORIA A Assembléia Legislativa de São Paulo poderá, ainda antes do recesso,apreciar veto do governador ao Projeto de Lei 337/01, que fixa em 5UFESPs ( R$ 52,60 ) o preço dos diplomas de conclusão dos cursossuperiores. Se derrubado o veto, mais de 100 mil estudantes serãodiretamente beneficiados , deixando de pagar uma média de R$ 350,00 pelaemissão do documento.O projeto, que considera a cobrança uma "prática abusiva que precisa serregulamentada, a fim de preservar os direitos dos consumidores/alunos",também proíbe a cobrança do certificado de conclusão, documento queantecede a emissão do diploma. A prática representa uma receita extra anualde mais de 40 milhões de reais para os cofres das instituições privadas.Cobrança é entraveAutor do projeto, o deputado Donisete Braga (PT) entende que com aconclusão do curso a obtenção do diploma torna-se um direito líquido ecerto, na medida em que o contrato se dá por cumprido. "A cobrança deve serestringir às custas administrativas", explica. Segundo ele, se por um ladoa emissão anual de diplomas representa para o setor da educação privada umfaturamento extra de mais de R$ 40 milhões por ano, para osestudantes constitui-se num grave problema, pois muitos não tem como pagarde imediato.O governador considerou o projeto inconstitucional e o vetou sob oargumento de que as instituições gozam de autonomia tanto didático-científica como administrativa. Para o deputado, há limitaçãoconstitucional para a autonomia, além do que a medida visa afastar umentrave à inserção do recém-formado no mercado de trabalho. "Ele não temcomo comprovar a conclusão do curso em breve espaço de tempo e não dispõedas altas quantias cobradas pelas universidades para a emissão doscertificados e diplomas", defende. A fixação do preço também visa dartratamento equânime aos estudantes das diferentes faculdades, viabilizandoo acesso ao diploma independentemente da condição sócio-econômica do formado.Os números do deputadoSegundo Braga, o Censo da Educação Superior mostrou que no ano de 2001,118.624 alunos concluíram o ensino superior nas 371 instituiçõesprivadas do Estado de São Paulo. "Se considerarmos a média de R$ 350,00por diploma, teremos exatos R$ 41.518. 400,00 para oscofres das instituições", enfatizou.O deputado vai além: informa que as 1.208 instituições privadas emfuncionamento no Brasil formaram 263. 372 alunos, em 2001, o querepresenta uma receita com venda de diplomas da ordem de R$ 92. 180.200,00 -- ainda considerando a média de R$ 350,00 por documento.A rede privada é responsável pela formação de 65% dos universitáriosbrasileiros, a maioria deles -- 67% -- nos cursos noturnos. A matrícula naeducação superior cresceu 13% de 2000 para 2001.Outros dadosO Brasil tem 1.391 instituições de ensino que oferecem cursos de graduação,sendo 67 federais, 63 estaduais, 53 municipais e 1.208 privadas. Em SãoPaulo são 411, sendo 371 privadas.Em toda a rede, 3 milhões de alunos se matricularam em 2001, sendo 1.734.936 no período diurno e 1.295.818 no período noturno.Em 2001, 395.988 estudantes concluíram a graduação (12% a mais do que em2000). Na rede privada foram 263. 372 concluintes.