Deputada faz protesto silencioso contra ação da PM frente a estudantes e professores


15/09/2005 15:46

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A deputada Maria Lúcia Prandi (PT) encontrou uma forma diferente de protestar contra a violência utilizada pela Polícia Militar na repressão a estudantes e professores, durante manifestação realizada na quarta-feira, 14/9, na Assembléia Legislativa. A parlamentar permaneceu em silêncio na tribuna durante os 30 minutos a que teria direito para discursar na sessão extraordinária em que seria apreciado o veto do governador Geraldo Alckmin ao aumento dos recursos para a Educação na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO).

"Esta foi a primeira vez que agi dessa forma, mas foi a maneira que encontrei de externar minha indignação diante de todo aquele mecanismo fascista usado para sufocar a legítima manifestação da comunidade educacional. O governo estadual posa de democrático, mas age com mão de ferro contra aqueles que ousam discordar de suas posições", enfatiza a deputada Prandi, que permaneceu na Assembléia Legislativa até as 2h da madrugada desta quinta-feita, 15/9.

Maria Lúcia, o deputado Renato Simões, líder da bancada do PT, além de outros parlamentares e representantes do Fórum das Seis negociaram com o comando da PM e a presidência da Casa garantias de segurança para os cerca de 200 estudantes que permaneceram acampados na galeria do Parlamento.

Desde 16h da tarde, a tropa de choque já cercava o Palácio 9 de Julho e à noite utilizou bombas de efeito moral para tentar dispersar os 800 manifestantes, que permaneciam nas avenidas Brigadeiro Luiz Antônio e Pedro Álvares Cabral. Várias pessoas foram presas e outras, entre as quais um jornalista, acabaram feridas.



Não ao veto

A sessão de quarta-feira deu início às discussões em torno do veto do governador Alckmin às emendas à LDO, que foram aprovadas pelo Legislativo e destinam mais recursos para a Educação. O Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (CEETEPS) seria um dos beneficiados, com a definição de um percentual fixo das verbas do orçamento para o setor.

"Com a política de ampliação das ETE"s e Fatecs, é preciso destinar mais recursos para o "Paula Souza". Caso contrário, com o cobertor curto, não haverá verba suficiente para investimentos na qualidade e no custeio dessas unidades", relata Prandi, presidente da Comissão de Educação da Assembléia. Na terça-feira, a comissão deu parecer favorável a projetos de lei que prevêem a criação de 10 novas Fatecs.

"A maioria destas proposituras é de autoria de deputados da base governista. Não basta fazer média com a população de suas regiões e apresentarem o projeto. É preciso romper o cabresto imposto pelo Palácio dos Bandeirantes e votar contra o veto. Só assim haverá recursos suficientes para dar às unidades do "Paula Souza" a estrutura necessária para um ensino de qualidade e valorização dos educadores", destaca a deputada Prandi.

A parlamentar também ressaltar a diferença de tratamento dispensado pelos governos estadual e federal ao ensino público universitário. "Enquanto o governador Alckmin esperneia para não ampliar o volume de verbas, o governo Lula aumenta os recursos e leva a universidade pública para regiões que há muito tempo reivindicavam esses campi. Na Baixada Santista, por exemplo, o clamor da população foi ouvido e a região já conta com um campus. Para 2006, serão cinco cursos, com 190 vagas, que funcionarão provisoriamente num imóvel cedido pela prefeitura. Além disso, a União já disponibilizou uma área de 12,2 mil metros quadrados para construção do prédio próprio, juntamente com a reserva de R$ 12 milhões para obra, que permitirá o aumento da oferta de cursos e de vagas", conclui Maria Lúcia Prandi.



mlprandi@al.sp.gov.br

alesp