Quem doa sangue doa vida


01/07/2011 09:13

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Em junho comemorou-se o Dia Mundial do Doador de Sangue. O dia foi criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2004, com o objetivo de valorizar aqueles que ajudam a salvar outras pessoas.

Segundo a Fundação Pró-Sangue, ainda que se coletem mais de 93 milhões de bolsas por ano em todo o planeta, o estoque ainda é uma questão crítica para a maior parte dos países, sobretudo os de baixa e média renda. Infelizmente, milhões de pessoas que dependem de transfusão não têm acesso a um sangue seguro e à sua pronta disposição. Uma pesquisa da OMS aponta que dentro de uma amostra de 173 países, em 77 as taxas de doação correspondem a menos de 1% de sua população.

A OMS estima que para um país atender suas necessidades o número de bolsas coletadas deve corresponder de 1% a 3% de sua população. Para países como o Brasil, é recomendado um índice de 3% a 5%. Contudo, segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 1,8% da população é doadora. Uma bolsa de sangue salva até quatro vidas.

Todo o sangue doado é separado em diferentes componentes, como hemácias, plaquetas e plasma, beneficiando mais de um paciente com apenas uma bolsa coletada. A Fundação Pró-Sangue, por exemplo, coleta em média 15 mil bolsas mensalmente, volume de sangue que equivale a aproximadamente 43% daquele consumido na Região Metropolitana de São Paulo, 24% do Estado e 7% do Brasil.

Nesta semana, o Diário Oficial da União publicou a portaria 1.353, que estabelece novos critérios para a doação de sangue no Brasil. Agora quem tem 16 e 17 anos, mediante autorização dos pais ou responsáveis, e idosos até 68 também podem doar, segundo novo regulamento técnico do Ministério da Saúde. Com as medidas, a previsão é que aproximadamente 14 milhões de brasileiros sejam incentivados. Parabenizo o ministério. O aumento da faixa etária só aumenta as possibilidades de dar vida àqueles que estão lutando por ela nas UTIs de todo o país.

Parabenizo também as empresas e entidades que vêm se empenhando em fazer mutirões de doadores, dentre elas a Força Jovem Brasil (FJB). O grupo conta com jovens da Igreja Universal do Reino de Deus, que se reúnem em eventos culturais e esportivos para tirar jovens de situações de risco, como as drogas. Neste ano, a FJB recebeu a medalha de honra ao mérito pelo sucesso da campanha de doação de sangue de 2010. O 3º grupamento do Corpo de Bombeiros de São Paulo homenageou o grupo pelo sucesso da campanha Bombeiro Sangue Bom, que contou com a colaboração de mais de 2 mil voluntários doadores de sangue. Além dessa campanha, o grupo reúne jovens em outros períodos do ano para o mesmo fim.

Torço para que esse exemplo seja seguido por outras entidades e grupos, e agora é um ótimo momento para fazer isto, já que a Secretaria de Saúde do Estado convocou os paulistas a doarem sangue para o estoque do inverno. Neste período os hemocentros têm queda de até 30%. Faço uso também deste espaço para convocar, você, leitor, a fazer sua parte e praticar o ato de salvar vidas.

Para os que pretendem tornar-se doadores, é importante estar com uma boa saúde, apresentar documento com foto, válido em todo território nacional, ter peso acima de 50 quilos, não estar em jejum no dia da doação, não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores. Quem não pode doar? Quem teve diagnóstico de hepatite após os dez anos de idade, mulheres grávidas ou que estão amamentando, pessoas expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como Aids, hepatite, sífilis e doença de chagas, além, é claro, dos usuários de drogas.



*Gilmaci Santos é deputado pelo PRB e presidente estadual do partido.

alesp