Opinião: Piracicaba: início de linha

Tínhamos força econômica, social e política suficiente para liderarmos nossa região, sermos comando e não comandados
22/03/2012 18:18

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Em junho de 2000, recém-chegado à Assembleia Legislativa de São Paulo, tive que tomar uma difícil e polêmica decisão. Criava-se naquele momento a Região Metropolitana de Campinas e, como único representante de Piracicaba, decidi que nossa cidade não faria parte dela.

Na época fui muito criticado e algumas pessoas, sem entender o processo, alegaram que foi uma perda para nossa cidade. Porém, tinha a firme convicção de que Piracicaba deveria romper seu cordão umbilical com Campinas. Tínhamos força econômica, social e política suficiente para liderarmos nossa região, sermos comando e não comandados.

A partir daquele momento, Piracicaba começou a mostrar sua força. Conquistamos uma unidade da delegacia da Polícia Federal, o comando regional da Polícia Militar, a diretoria regional da Polícia Civil, nosso parque tecnológico, os investimentos para equiparmos nosso hospital regional, conquistas que certamente não seriam possíveis se continuássemos atrelados a Campinas.

Iniciamos então as discussões para criarmos nossa agência de desenvolvimento regional e, nesse ponto, contamos com o entusiasmo e apoio de muitas pessoas e entidades, com especial destaque para a Associação Comercial e Industrial de Piracicaba e para o ex-prefeito de Charqueada, Helinho Zanatta.

Agora o sonho virou realidade. A Aglomeração Urbana de Piracicaba será formada por 22 municípios: Piracicaba (sede), Rio Claro, Limeira, São Pedro, Águas de São Pedro, Analândia, Anhembi, Araras, Capivari, Charqueada, Mombuca, Conchal, Cordeirópolis, Corumbataí, Elias Fausto, Leme, Ipeúna, Iracemápolis, Rafard, Rio das Pedras, Saltinho e Santa Maria da Serra.

O Aglomerado Urbano de Piracicaba terá 6.998,15 km² de extensão. Vai abranger uma população estimada em 1,3 milhão de habitantes, o que representa 3,17% do total de habitantes do Estado de São Paulo. O Produto Interno Bruto (PIB) da região é de R$ 29,7 bilhões, o que representa 3% do PIB de São Paulo.

Por meio do Aglomerado Urbano trabalharemos em conjunto por melhorias nas áreas de segurança pública, saúde, hospital, ambulatório de especialidades, destino final de resíduos sólidos, transportes. Juntos construiremos soluções, fortaleceremos consórcios, uniremos municípios, atrairemos investimentos, emprego e renda.

Mais um importante passo foi dado. A criação do Aglomerado Urbano permitirá a amplificação das oportunidades aos nossos cidadãos e a maior articulação dos nossos municípios de modo a criar e divulgar nossa união e as vantagens comparativas necessárias à competição com outras regiões do país e do mundo.



*Roberto Morais é deputado estadual pelo PPS.

alesp