CPI do Narcotráfico ouve funcionários da Detenção sobre fuga de presos


14/12/2000 12:25

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Os membros da CPI do Narcotráfico, presidida pelo deputado Dimas Ramalho (PPS), ouviram na manhã desta quinta-feira, 14/12, agentes penitenciários da Casa de Detenção, na tentativa de esclarecer a concessão de autorizações especiais para saídas externas de presos e as fugas ocorridas naquele presídio. Segundo levantamentos da CPI, diversos detentos são autorizados rotineiramente a deixar o presídio para gravar CDs, fazer pregações evangélicas, dar testemunhos etc.

Em investigações preliminares, assessores dos deputados apuraram, por exemplo, que a Clínica Nova Vida, um dos locais que o preso José Moisés da Silva (conhecido como pastor Moisés) é autorizado a visitar, pertence a sua ex-mulher e a sua filha. Os parlamentares querem saber quais os fundamentos legais para a liberação dos presos. Segundo informações dos deputados, Carlos Alberto da Silva Gomes, condenado a 25 anos em regime fechado pelo assassinato de um delegado federal, constantemente deixa o presídio, com a escolta de apenas um agente penitenciário desarmado, para exercer atividades incertas.

Depuseram os agentes penitenciários Lindomar Justo Ferreira, Walter Pereira da Silva e Mavi Aeu Ferreira da Luz; o chefe titular de portaria, Edson Graciani; o chefe de plantão, Celso M. Bastos; o diretor de produção, Carlos Alberto Salci; e o ex-diretor geral da Casa de Detenção, Maurício Guarnieri.

Os depoentes desmentiram a existência de qualquer tipo de privilégio, e sustentaram que todas as autorizações de saídas concedidas são bem fundamentadas. Maurício Guarnieri atribuiu eventuais falhas ao próprio sistema, uma vez que existem hoje 8900 presos na Casa de Detenção, quando sua capacidade máxima comporta apenas 7000. Dessa forma, disse ele, não há funcionários suficientes para fazer as escoltas, nos casos das saídas permitidas.

alesp