Chalita: prioridade é capacitação dos professores

Comissão de Educação da Assembléia faz reunião extraordinária no gabinete do secretário
27/11/2002 22:02

Compartilhar:


DA REDAÇÃO

Se depender do atual secretário estadual de Educação, a prioridade da sua pasta no próximo ano será a capacitação dos professores. Gabriel Chalita enfatizou diversas vezes essa linha de trabalho durante a reunião realizada em seu gabinete pela Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, nesta quarta-feira, 27/11.

Segundo ele, essa capacitação deverá acontecer "dentro de uma visão democrática" e poderá lançar mão, inclusive, da distribuição de bolsas de mestrado para professores da rede pública estadual. Na opinião de Chalita, investir na formação dos docentes pode ajudar a melhorar o processo de aprendizagem nas escolas e preparar os educadores para lidar com alunos com dificuldade para aprender.

Novas disciplinas

A reunião começou com questionamentos sobre possíveis alterações das grades curriculares do ensino básico, com a obrigatoriedade do ensino de Educação Física e de Artes, e do ensino médio, a partir da introdução das disciplinas de Filosofia e Sociologia.

Chalita fez questão de contestar a informação de que, no ensino médio, as aulas de filosofia e Sociologia vão tomar horários anteriormente dedicados a disciplinas como Língua Portuguesa e Matemática. De acordo com o secretário, na primeira série o currículo será mantido praticamente como está, com 25 horas semanais. Já no segundo e no terceiro ano cada escola poderá construir seu currículo, manejando as horas extraordinárias de que dispõe.

Para facilitar a aplicação das disciplinas de Educação Física e Artes no ensino básico, a Secretaria criou duas novas aulas semanais para cada uma delas, a serem ministradas por profissionais habilitados com o acompanhamento em classe dos Professores de Ensino Básico (PEB). "O perfil atual dos alunos exige dinâmicas novas e essas matérias poderão balizar as outras áreas", disse Gabriel Chalita.

A deputada Maria Lúcia Prandi (PT), presidente da comissão, insistiu na necessidade de ampliação da carga horária no ensino médio. "Trabalhar com 20 horas noturnas e 25 diurnas é muito pouco", considerou a deputada. Na opinião de Chalita, porém, a questão principal não é a quantidade de horas, mas o conteúdo. "Além disso, aumentar a carga horária demanda análise financeira", completou.

Municipalização

Outro tema levantado pela comissão foi o da atribuição de aulas. Diante da polêmica em torno da melhor forma de efetuá-las, o secretário declarou que a Secretaria optou pela realização de uma pesquisa dirigida aos próprios professores da rede estadual, que podem dar seu parecer por meio da internet. Com base nesse levantamento, o governo decidirá se as atribuições deverão ser feitas pelas Diretorias Regionais de Ensino ou no âmbito das escolas.

Embora tenha reconhecido o caráter democrático da pesquisa, a presidente da Comissão alertou para o fato de muitos professores não terem acesso fácil à internet e pôs em questão a não participação das entidades representativas do professorado na decisão.

A Comissão também propôs a discussão do processo de municipalização do ensino básico. O deputado Cesar Callegari (PSB) pediu que a Secretaria de Educação faça uma avaliação criteriosa do que está acontecendo de fato nos municípios. "As políticas públicas devem olhar para o futuro, mas com base no acompanhamento criterioso do rápido processo de mudança que o Estado está atravessando nesta área", afirmou o parlamentar.

Gabriel Chalita anunciou, ainda, a realização de concurso para supervisores escolares e secretários de escola, prevista para o próximo mês de fevereiro, e garantiu que propôs ao governador a definição de um cronograma anual de concursos para professores.

alesp