DA REDAÇÃOSe depender do atual secretário estadual de Educação, a prioridade da sua pasta no próximo ano será a capacitação dos professores. Gabriel Chalita enfatizou diversas vezes essa linha de trabalho durante a reunião realizada em seu gabinete pela Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, nesta quarta-feira, 27/11.Segundo ele, essa capacitação deverá acontecer "dentro de uma visão democrática" e poderá lançar mão, inclusive, da distribuição de bolsas de mestrado para professores da rede pública estadual. Na opinião de Chalita, investir na formação dos docentes pode ajudar a melhorar o processo de aprendizagem nas escolas e preparar os educadores para lidar com alunos com dificuldade para aprender.Novas disciplinasA reunião começou com questionamentos sobre possíveis alterações das grades curriculares do ensino básico, com a obrigatoriedade do ensino de Educação Física e de Artes, e do ensino médio, a partir da introdução das disciplinas de Filosofia e Sociologia. Chalita fez questão de contestar a informação de que, no ensino médio, as aulas de filosofia e Sociologia vão tomar horários anteriormente dedicados a disciplinas como Língua Portuguesa e Matemática. De acordo com o secretário, na primeira série o currículo será mantido praticamente como está, com 25 horas semanais. Já no segundo e no terceiro ano cada escola poderá construir seu currículo, manejando as horas extraordinárias de que dispõe.Para facilitar a aplicação das disciplinas de Educação Física e Artes no ensino básico, a Secretaria criou duas novas aulas semanais para cada uma delas, a serem ministradas por profissionais habilitados com o acompanhamento em classe dos Professores de Ensino Básico (PEB). "O perfil atual dos alunos exige dinâmicas novas e essas matérias poderão balizar as outras áreas", disse Gabriel Chalita.A deputada Maria Lúcia Prandi (PT), presidente da comissão, insistiu na necessidade de ampliação da carga horária no ensino médio. "Trabalhar com 20 horas noturnas e 25 diurnas é muito pouco", considerou a deputada. Na opinião de Chalita, porém, a questão principal não é a quantidade de horas, mas o conteúdo. "Além disso, aumentar a carga horária demanda análise financeira", completou.MunicipalizaçãoOutro tema levantado pela comissão foi o da atribuição de aulas. Diante da polêmica em torno da melhor forma de efetuá-las, o secretário declarou que a Secretaria optou pela realização de uma pesquisa dirigida aos próprios professores da rede estadual, que podem dar seu parecer por meio da internet. Com base nesse levantamento, o governo decidirá se as atribuições deverão ser feitas pelas Diretorias Regionais de Ensino ou no âmbito das escolas.Embora tenha reconhecido o caráter democrático da pesquisa, a presidente da Comissão alertou para o fato de muitos professores não terem acesso fácil à internet e pôs em questão a não participação das entidades representativas do professorado na decisão.A Comissão também propôs a discussão do processo de municipalização do ensino básico. O deputado Cesar Callegari (PSB) pediu que a Secretaria de Educação faça uma avaliação criteriosa do que está acontecendo de fato nos municípios. "As políticas públicas devem olhar para o futuro, mas com base no acompanhamento criterioso do rápido processo de mudança que o Estado está atravessando nesta área", afirmou o parlamentar.Gabriel Chalita anunciou, ainda, a realização de concurso para supervisores escolares e secretários de escola, prevista para o próximo mês de fevereiro, e garantiu que propôs ao governador a definição de um cronograma anual de concursos para professores.