Deputados evangélicos querem que Conselho de Ética apure conduta de parlamentar


13/11/2007 20:53

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Segundo o deputado Waldir Agnello (PTB), o deputado Carlos Giannazi (PSOL) descumpriu os princípios éticos e morais da Assembléia ao omitir-se diante de "indecorosa performance" apresentada por participante do ato de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Comunidade GLBTT.

De acordo com Agnello, no dia do lançamento da frente, em 24/10, um participante teria encenado um strip-tease, cujas imagens foram transmitidas pela TV web da Assembléia. Coordenada por Giannazi, a frente tem o objetivo central de combater a homofobia no Estado e propor políticas públicas para proteger as pessoas que, por determinadas opções sexuais, acabam vitimizadas pelo preconceito ou ignorância.

Em sessão ordinária desta terça-feira, 13/11, Agnello formulou uma questão de ordem à Presidência da Casa sobre a denúncia e afirmou não questionar a opção sexual de ninguém, mas sentir-se no dever de resguardar o respeito ao Parlamento.

A indignação de Agnello, que é membro da Igreja Quadrangular, foi endossada por José Bittencourt (PDT), Otoniel Lima (PTB) e Orlando Morando (PSDB). Bittencourt solicitou que a cópia da questão de ordem fosse encaminhada ao Conselho de Ética da Casa.

Muçulmanos

Durante a mesma sessão ordinária, o deputado Said Mourad (PSC) também requisitou cópias da fita de gravação "sem cortes ou edição" de discurso proferido anteriormente pelo deputado Adriano Diogo (PT), em que este teria dito ofensas à comunidade muçulmana. Mourad recebeu o apoio de Pedro Tobias (PSDB) e da deputada Haifa Madi (PDT). Após ouvir desculpas do líder do PT na Casa, Simão Pedro, Madi deixou claro que não tem nada contra o partido e que a questão refere-se apenas ao comportamento do deputado Adriano Diogo. "A comunidade cobra muito de nós e exige respeito". Tobias também pediu cópia da fita e, embora não tenha ouvido termos ofensivos por parte de Diogo, afirmou que o parlamentar "foi agressivo com os muçulmanos".

Rui Falcão (PT) relatou que, na ocasião, "no calor dos debates", Diogo usara expressões inadequadas, mas que depois retratou-se. "Houve desculpas públicas", justificou.

alesp