Destinação de Resíduos Sólidos requer plano diretor - OPINIÃO


26/05/2003 18:33

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*Giba Marson

Falar em gestão ambiental e destinação dos chamados resíduos sólidos requer a compreensão de que o avanço do processo tecnológico industrial aliado ao poder de consumo da população trouxe conseqüências desastrosas ao meio ambiente. Somente no Estado de São Paulo, somam-se diariamente cerca de 10.000 toneladas de detritos entre lixo doméstico, hospitalar e industrial que, por falta de gestão adequada que garanta a destinação final e a recuperação ambiental de áreas degradadas, acabam sendo encaminhadas para os mais diversos lugares sem as mínimas condições ambientais de controle.

Estima-se que somente 30% das prefeituras em todo o Brasil tenham programa de recolhimento do lixo domiciliar e poucas oferecem destinação adequada aos rejeitos urbanos, além do mais comum, prático e econômico, o aterro sanitário.

Em contrapartida, a cada instante surge um novo produto, uma nova embalagem que deverá receber o mesmo destino dos demais após sua utilização e conseqüentemente, contribuirá para o aumento da poluição e de problemas de saúde.

Algumas prefeituras têm incentivado a prática da coleta seletiva, todavia, a reciclagem deve ser a última etapa da política dos três erres - reduzir, reutilizar e reciclar.

Primeiro a sociedade deve exigir que a indústria produza a menor quantidade possível de lixo, pois têm sido valorizadas embalagens que, em alguns casos, apresentam volume maior que o próprio produto e esse material chega mais rápido aos lixões. Depois, é preciso adotar a prática de reutilizar produtos e embalagens, por exemplo, usar garrafa plástica como vaso de planta e, finalmente, reciclar tudo aquilo que não deu para reduzir e reutilizar.

Para o deputado estadual Giba Marson (PV) o assunto, que está sendo tratado por uma comissão especial na Assembléia Legislativa, deve culminar em projeto coletivo com a participação de todos os parlamentares do Grupo de Trabalho e o objetivo de enxugar a legislação para que se torne uma norma fácil de ser cumprida, no que se refere à destinação dos resíduos sólidos. "Não se pode querer, em defesa do meio ambiente para futuras gerações, brecar todo crescimento da humanidade do ponto de vista industrial, comercial e da própria qualidade de vida, quando iniciativas e instrumentos a serviço da coletividade podem corrigir aquilo que se degradou ou que vai se degradar. É a partir desse espírito que o Grupo de Trabalho, com a orientação de técnicos, irá criar resolução que espero se transforme em lei que atenda a uma necessidade específica da destinação final dos resíduos e preserve a qualidade de vida."

Giba Marson é deputado estadual pelo Partido Verde

alesp