Liberdade, ética e estética constituem a mensagem artística de Liane Chammas

Emanuel von Lauenstein Massarani
15/05/2003 16:56

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Duas coisas são evidentes na pintura de Liane Chammas: uma grande dose de sinceridade autêntica e a levitação de uma imagem de contida elegância e poesia que se completa com a preciosidade da pureza da cor.

Mundo físico e espaço poético se distinguem e harmonicamente se fundem no interior de suas obras repletas de cores da primavera e de uma certa inocência, mas de ¨metier¨ e conteúdo significativos. Em conseqüência a obra de Liane Chammas se torna culta, refinada e espontânea.

O seu modo de contar aproxima-a da fábula. São temas retirados da crônica cotidiana, do tempo vivido junto ao mar, num clima de calor envolvente. A própria luz delineia o contorno dos objetos e das coisas, exaltando os motivos simples e elementares, reduzidos à síntese mais espontânea e natural, mais verdadeira e ao mesmo tempo de profundo significado.

A arte de Liane Chammas consegue se exprimir acima do relato com variações temáticas, nascidas de um íntimo recolhimento com o qual manifesta a sua medida e sua sobriedade.

Motivo de reflexão é, sem dúvida, o quadro Mensagem da arte, obra doada ao Acervo Artístico do Parlamento paulista, onde a artista, através de seus barcos à vela, verdadeiros mensageiros, transmite ao mundo seus anseios transparentes de liberdade, ética e estética. Em mérito, o crítico José Henrique Fabre Rolim escreve com muita propriedade: ¨O fluxo pictórico de Liane se envolve na liberdade de criar, alcançando na estética o equilíbrio perfeito para a conquista da ética no seu sentido pleno, buscando um virtuosismo musical inerente nas cores, nos gestos e nos traços. ¨

A Artista

Liane Chammas nasceu em São Paulo. Iniciou sua carreira artística em 1966 onde começa a pesquisar a paisagem brasileira, seus hábitos e seus modos de vida. Sua primeira apresentação foi no ano de 1968 no Clube Monte Líbano, participando do 1º Festival de Artes Inter-Clubes.

De 1970 a 1973 preparou uma série de obras sob o título Nossos mitos, nossa gente, nossa terra, nosso amor, e foi convidada a participar do 1º Leilão oficial de arte moderna de São Paulo, em 1977.

Entre as inúmeras exposições que participou, destacam-se: Galeria B75, Rio de Janeiro(1978); Grand Prix International d'Art Contemporain de Monte Carlo (1979), Museu de Chiba, Japão; Galeria Portal, São Paulo; Festival de Inverno de Campos do Jordão (1981); Mostra de Arte Contemporânea Brasil - Estados Unidos, Tampa Bay, USA (1986) XI e XII Bienal do Imigrante, Ibirapuera, São Paulo, (1987,1988); ¨Espace Laser¨, Paris, França; Flórida Southern College, USA e Bennet Gallery, Orlando, USA (1989); ¨Pour la Paix¨, Institut du Monde Arabe, Paris, França (1991); Theodore Museu, Toronto, Canadá; Festival Internacional Osaka - Paris, França (1992); ¨La lengua viva¨; Orlando Musen of Art, USA; ¨Open house¨, Windermere, Orlando (2001).

Recebeu inúmeros prêmios no Brasil e no Exterior, tendo sido citada no Annuaire Internacional d' Art Contemporain de Paris, França (1980, 1985, 1986 e 1989); no Dicionário de Arte de Walmyr Ayalla; ¨Artes Plásticas, seus mercados, e seus leilões¨, de Julio Louzada-(1987); Anuario de Latino Americano de Las Artes Plásticas (1985).

Diversas obras integram Acervos oficiais e particulares do Brasil e do Exterior e muitas foram incluídas nos cartões postais ¨Arts et Images du Monde¨ Maitres du XX Siécle - Paris, França (1992).

alesp