Deputados lutam por diesel menos poluente


09/09/2008 17:29

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Cresce o repúdio da sociedade ao descaso da Petrobrás e montadoras de veículos para com a saúde pública da população. A revolta de diferentes organizações não-governamentais - expressa em pronunciamento na Assembléia Legislativa pelo deputado Davi Zaia (PPS) e na Câmara dos Deputados pelo deputado federal Arnaldo Jardim (PPS) ", é contra o já anunciado desrespeito à resolução do Conama que determina a comercialização de um diesel menos poluente, a partir de janeiro do próximo ano.

Os dois parlamentares pressionam para que Petrobrás e montadoras de veículos cumpram o determinado. Eles promoveram debates sobre o caso nas duas casas legislativas, reunindo o poder público e organizações não-governamentais.

Os dieseis comercializados no Brasil são o S500 e o S2000. O primeiro contém 500 partes por milhão de enxofre e é vendido nas grandes cidades do país. O segundo tem uma quantidade ainda maior de enxofre, 2.000 partes por milhão, e é vendido nas cidades menores, principalmente em rodovias que cruzam o Brasil.

Essa quantidade é acentuadamente desproporcional à do diesel que abastece as cidades da Europa, Estados Unidos, Japão, México e Chile. Nos países europeus, por exemplo, é comercializado o Diesel S10, de apenas 10 partes por milhão.

Davi Zaia apresentou projeto de lei proibindo a comercialização no Estado do diesel que contiver mais de 20 partes por milhão de enxofre. O projeto foi aprovado no Legislativo, mas vetado pelo governo estadual. Davi Zaia considera o descaso criminoso porque a conseqüência é a morte diária de dezenas de pessoas, vítimas da poluição. De acordo com o médico e pesquisador da USP, Paulo Saldiva, a descarga de poluentes pelos caminhões, ônibus e caminhonetes que utilizam o diesel como combustível é responsável por quase metade das mortes decorrentes da poluição. "Todos os anos três mil pessoas morrem no Brasil devido à poluição. Tanto a Petrobrás como as montadoras faltam com a verdade quando dizem que estão impossibilitadas de atender a resolução do Conama, no prazo estabelecido. Jogam a responsabilidade para a ANP, que, de fato, demorou a regulamentar o novo combustível", disse Zaia.



dzaia@al.sp.gov.br

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