Homenagem póstuma do Parlamento a Octavio Frias de Oliveira


02/05/2007 22:32

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A Assembléia Legislativa deverá prestar homenagem póstuma a Octavio Frias de Oliveira, criador do Grupo Folha, que morreu no dia 29/4, aos 94 anos, em São Paulo. Nascido no Rio de Janeiro em 1912 (sua família morava então no município paulista de Queluz), Frias começou trabalhando como office boy, aos 14 anos.

Entre outras profissões, foi funcionário público (aos 23 anos, já era diretor da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo) e banqueiro (aos 36, tornou-se sócio do Banco Nacional Imobiliário). Em 1962, comprou a empresa jornalística que então publicava a Folha da Tarde. Em 1965, adquiriu os jornais Última Hora e Notícias Populares, que se somaram então à Folha, na capital, e ao Cidade de Santos, no litoral.

Em algumas décadas, saneou a empresa, levando seu principal jornal, a Folha de S. Paulo, a se tornar um dos mais influentes do país. Fez desse diário a base de um conglomerado que hoje abrange, além da própria Folha, o UOL, maior portal de internet do país, o jornal Agora, o instituto de pesquisa de opinião Datafolha, a editora Publifolha, a gráfica Plural e ojornal econômico Valor.

Embora sempre fizesse questão de dizer que era empresário, Frias tinha "alma e faro de jornalista", escreveu o repórter Ricardo Kotscho, que trabalhou diretamente com ele. Ruy Mesquita, acionista e diretor de opinião do Grupo Estado (do jornal concorrente O Estado de S. Paulo), disse dele o seguinte: "Embora não fosse jornalista, transformou a Folha no jornal de opinião que é hoje, sempre no bom combate contra as mazelas da democracia brasileira". Para Marco Aurélio Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Frias "foi um defensor da informação fidedigna e com isso contribuiu muito para o fortalecimento da democracia".

Para o presidente da Assembléia, deputado Vaz de Lima, a homenagem póstuma que será prestada a Octavio Frias de Oliveira "é um reconhecimento do maior Legislativo estadual do país à importância desse empresário e jornalista como arauto da democracia brasileira".

alesp