INVESTIMENTOS NA EDUCAÇÃO - OPINIÃO

Duarte Nogueira*
05/09/2001 09:00

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Um dos indicadores que mede o desenvolvimento humano, a educação, tem registrado em São Paulo um salto de qualidade nos últimos anos. Graças aos investimentos que têm sido feitos e ao compromisso do governo do Estado em tratar o setor como real prioridade, e prioridade como princípio de governo e não como slogan eleitoral.

Assim que assumiu o governo paulista, em 95, o governador Mário Covas determinou que seriam três as linhas que norteariam sua administração: equilíbrio fiscal, ética e investimento no social. De certa forma, são três fatores interligados e interdependentes: só se adquire capacidade de investimento ao manter as contas equilibradas, e priorizar os investimentos no setor social é mais do que ético.

Os resultados vão aparecendo. Em São Paulo, 98,4% dos alunos de 7 a 14 anos estão na escola, enquanto a média brasileira é 95,8%. Já matriculados no ensino médio estão 93,4% dos jovens de 15 a 17 anos, doze pontos percentuais acima da média nacional. De 95 até o ano passado, o número de matrículas no ensino médio cresceu 43,7% - passou de 1,2 milhão para 2 milhões de alunos.

O salto também foi qualitativo. Em 95, a cada cem alunos que se matriculavam no ensino fundamental, nove saíam antes de concluí-lo. Em 99, quatro ficavam pelo caminho. É ainda um número bastante alto, mas mesmo assim representa uma redução de 50% no abandono escolar. No ensino médio, essa taxa baixou de 21,2% para 11,2%.

Um dos motivos para o desempenho escolar paulista foi o aporte de investimentos. O governador Geraldo Alckmin, que segue a mesma linha de Covas, anunciou um pacote de R$ 500 milhões em investimentos no setor educacional - foram R$ 600 milhões no ano passado.

Nesse pacote estão recursos para a ampliação e construção de escolas, cobertura de quadras, compra de computadores. Inclui ainda a formação universitária de professores que dão aulas no ensino fundamental, mas que ainda não possuem diploma universitário e o programa "Profissão", que disponibiliza 50 mil bolsas de estudos em cursos profissionalizantes, com o objetivo de oferecer aos jovens que estão concluindo o ensino médio uma oportunidade de qualificação de mão-de-obra.

Juntas, educação, saúde e segurança receberam 33,9% das receitas do Estado no ano passado. E esses investimentos vêm sendo ampliados: há quatro anos, recebiam 23% dos recursos. Em educação, foram aplicados 15,8% no ano passado, cinco pontos percentuais a mais do que em 97.

São números expressivos de investimentos diretamente ligados à formação do cidadão, do capital humano. É um meio de criar oportunidades, o que amplia ainda mais a importância das cifras investidas.



* Duarte Nogueira é engenheiro agrônomo, líder do governo na Assembléia Legislativa e vice-presidente do PSDB de São Paulo. Foi secretário de Estado da Habitação no governo Covas (95/96).

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