Fórum debate relação entre desenvolvimento econômico e preservação do meio ambiente


28/06/2000 18:39

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O futuro que queremos. Esse foi o tema do seminário promovido nesta quarta-feira, 28/6, pelo grupo temático Recursos Naturais e Meio Ambiente do Fórum São Paulo Século XXI. De acordo com o deputado Rodolfo Costa e Silva (PSDB), coordenador do grupo, o foco central do evento foi a existência ou não de incompatibilidade entre desenvolvimento econômico e preservação do sistema ambiental.

Organizado em dois tópicos, o seminário debateu a relação entre produção, comércio, serviços e meio ambiente. O primeiro bloco contou com a participação do representante da Fiesp, Angelo Albiero Filho, que falou sobre as vocações da produção do Estado, e do físico Lúcio Renato de Fraga Brusch, que tratou da adoção de tecnologias limpas na produção industrial. No segundo bloco, Osvaldo Poffo, diretor do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), discorreu sobre impactos e condicionamentos dos padrões ambientais na economia paulista, enquanto o secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico de São Carlos, José Galizia Tundisi abordou a questão dos econegócios.

Em sua intervenção, Albiero Filho afirmou que os novos paradigmas impostos pelo mercado global, fundamentados em critérios sociais e ecológicos, provocou a adoção de medidas mais racionais pelo setor produtivo. "O empresariado paulista tem plena consciência da necessidade da existência de barreiras comerciais baseadas na qualidade ambiental dos produtos e vê isso como um fator de desenvolvimento", disse o representante da Fiesp.

Para Lúcio Brusch, a melhor saída para o problema da poluição não seria o tratamento dos resíduos, mas criar novas formas de aproveitá-los. "Do contrário, é usar dinheiro para queimar dinheiro", declarou. De acordo com o físico, um dos responsáveis pela formatação do Programa Brasileiro de Manejo, Aproveitamento e Agregação de Valor aos Resíduos do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, é preciso "incentivar soluções que agreguem valor a esses resíduos, reaproveitando-os como matéria-prima em outros processos.

Osvaldo Poffo defendeu a necessidade de se implementar um desenvolvimento que garanta, ao mesmo tempo, crescimento econômico e melhoria das condições ambientais, "sob pena de comprometer a sobrevivência das gerações futuras". Segundo José Galizia Tundisi, "qualquer tipo de desenvolvimento que não leve em conta a questão ambiental retornará para a sociedade com grandes custos". Ele afirmou que o problema ambiental passa necessariamente pela questão da educação e ressaltou a importância de se encontrarem formas de mobilização da sociedade em torno da implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável. "O tema meio ambiente não é apenas político e econômico, mas sobretudo social", declarou Tundisi.

alesp