Reunião de comissão da Assembléia com secretário da Saúde não atinge objetivos


18/03/2002 20:31

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DA ASSESSORIA

A reunião da Comissão de Representação da Assembléia Legislativa, criada para apurar irregularidades e apontar soluções no Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), com o secretário da Saúde, José da Silva Guedes, não agradou aos deputados presentes ao encontro. Realizada na tarde desta segunda-feira, 18/3, na sede da Secretaria de Estado da Saúde, na Capital, o encontro serviria para ouvir do secretário respostas a um questionário de oito perguntas sobre os problemas enfrentados pelo complexo hospitalar. Mas quem respondeu a maior parte das questões foi o diretor do CHS, doutor José Mauro da Silva Rodrigues, com quem os parlamentares estiveram reunidos diversas vezes.

Na avaliação dos deputados, o secretário deveria responder a questões consideradas por eles como estruturais e que, portanto, fugiriam da alçada da direção do CHS. Outro ponto de insatisfação foi o fato de Guedes ter sido evasivo nas suas respostas e, às vezes, desrespeitoso com questões formuladas pelos deputados, principalmente as relativas à fila de 4.952 cirurgias represadas, muitas marcadas há mais de dois anos.

Ao final do encontro, de mais de duas horas, o secretário da Saúde se comprometeu a responder por escrito as oito questões enviadas. Também concordou em participar de audiência pública a ser realizada dentro de 60 dias, em Sorocaba, com a Comissão de Representação e demais interessados dos 48 municípios da região atendidos pelo conjunto hospitalar.

Sobre a defasagem de 300 funcionários no CHS, o diretor José Mauro disse que, no máximo, em dois meses o problema estará sanado por meio de três concursos públicos. Um - para auxiliar de enfermagem e enfermeiros - já foi realizado, faltando apenas a homologação dos concursados. O segundo, para oficiais administrativos, ocorrerá no próximo fim de semana, e o terceiro, para médicos, acontecerá no dia 8 de abril próximo.

A questão sobre o represamento de procedimentos e cirurgias, considerado pelos deputados tão importante quanto a falta de funcionários, pois ambos se complementam, foi respondida de forma genérica pelo secretário. Guedes disse que "as filas de cirurgias eletivas sempre vão existir" e que "nenhum país do mundo consegue dar conta desta demanda". O diretor do CHS, por sua vez, explicou que espera minizar o problema com a inauguração do novo centro cirúrgico do Pronto Socorro Leonor Mendes de Barros, ainda sem data definida.

Sobre a falta de medicamentos e kits para exame e a compra de cadeiras de roda por valores acima dos de mercado, José Mauro respondeu que "quem oferece o menor preço leva". Observou que, se alguma empresa tem preços mais baixos, não se apresentou nas licitações. Sobre a ouvidoria para receber críticas e sugestões tanto da parte dos usuários como dos funcionários do CHS, o diretor informou que ela existe há três meses e atende pelo telefone (0xx15) 211-4849.

Participaram da reunião os deputados Caldini Crespo (PFL), Hamilton Pereira (PT), Jamil Murad (PCdoB), Luiz Gonzaga Vieira (PSDB), Maria do Carmo Piunti (PSDB) e Terezinha da Paulina (PFL).

alesp