Em audiência, classe médica discute remuneração oferecida por planos de saúde


21/09/2011 21:29

Compartilhar:

 <a style='float:right;color:#ccc' href='https://www3.al.sp.gov.br/repositorio/noticia/09-2011/AudPlanosdeSaudeZeNomeada.jpg' target=_blank><i class='bi bi-zoom-in'></i> Clique para ver a imagem </a>

Por afinidade com os problemas que afetam os profissionais da medicina, o deputado Ulysses Tassinari (PV), que também é médico, houve por bem acolher a insatisfação de seus colegas de profissão, que julgam haver um descaso dos planos de saúde com os reajustes de seus honorários. Nesta quarta-feira, 21/9, dia caracterizado por uma paralisação geral da categoria, o deputado e as representações profissionais da saúde organizaram uma audiência no auditório Teotônio Vilela, possibilitando que os médicos manifestassem seu posicionamento.

Seguido em sua opinião pelo presidente da Associação Paulista de Medicina, Jorge Curi, e por Renato Azevedo Junior, do Conselho Regional de Medicina, Tassinari declarou que defasagem na remuneração das consultas é muito grande. Ele declarou que a insatisfação dos médicos vai além da defasagem com os honorários, uma vez que a política dos planos de saúde acaba por interferir na autonomia dos profissionais, no que tange à continuidade de tratamento e atendimento a seus pacientes. "Essa atitude passa a complicar a atuação do médico, tanto nos consultórios como nos estabelecimentos hospitalares." declarou. Indagado sobre as razões da não atualização das tabelas de remuneração dos médicos já há mais de dez anos, o deputado atribui esse comportamento à "ganância dos planos de saúde pelos lucros".

Para o diretor-presidente da Associação dos Usuários de Planos de Saúde do Estado de São Paulo, Flávio de Ávila, o excesso de consultas que o médico tem de fazer para obter remuneração digna acaba acarretando um descontentamento nos usuários. Mas a grande queixa é sobre a dificuldade na marcação de consultas em especialistas dentro de prazo razoável. Ávila explicou que na área cirúrgica, a própria dificuldade em obter a consulta na especialidade e no prazo adequados acaba por filtrar o número de pacientes, e as cirurgias, consequentemente, acabam ocorrendo em um número menor.

Na tentativa de chamar a atenção dos parlamentares e da sociedade para a problemática que estão vivendo, e argumentando a intenção de interferir o mínimo possível no bem-estar dos usuários, os médicos organizaram uma escala de paralisações durante o mês de setembro, mas que devem se estender até outubro próximo.

alesp