AS CHACINAS NÃO ACABAM - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
14/02/2001 15:08

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O secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi, anunciou, com toda a pompa, que o número de chacinas na Capital e em outras cidades do Estado vem caindo nos últimos meses. Além disso, grande parte desses homicídios em série estão sendo esclarecidos pela polícia, segundo Petrelluzzi. O mês de janeiro deste ano pode dar razão a Petrelluzzi, uma vez que, em 30 dias, ocorreram duas chacinas na Capital, com a morte de um total de seis pessoas.

Convenhamos que a média está baixa, em comparação com o grande recorde de 2000, ano em que a região metropolitana de São Paulo somou 90 chacinas, com 312 mortes. Mas, se a região da Capital registra essa queda, alguns municípios do Interior e do Litoral confirmam que está havendo uma exportação de violência para essas áreas. Em 2000, por exemplo, a cidade de Jacareí teve uma chacina recorde, em que foram mortos dez jovens: mais uma vez, foi briga entre traficantes. Bandidos da Baixada Santista estavam envolvidos na chacina de Jacareí. Os municípios de Santos, Praia Grande e São Vicente surgem como campeões da violência na Baixada, mas outras cidades também registram elevado índice de homicídios, como o Guarujá, Mongaguá e até a antes pacata Peruíbe.

Foi em Peruíbe que ocorreu uma chacina com a morte de três pessoas, no fim de janeiro: um dos assassinados havia fugido da cadeia pública da cidade, o que ressaltou na polícia a suspeita de que se tratava de briga entre quadrilhas. A polícia vai aprendendo. Mas, antes disso, quase 1.500 pessoas morreram em chacinas no Estado, em três anos.

Afanasio Jazadji é radialista e deputado estadual pelo PFL.

alesp