Rodada de negociação reúne governo e lideranças das Fatecs e Etes


15/04/2004 16:31

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi

A primeira rodada de negociação entre o governo do Estado e as lideranças do movimento grevista das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e das Escolas Técnicas Estaduais (Etes) aconteceu nesta quinta-feira, 15/4, às 12h30, no gabinete do secretário estadual de Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento Econômico e Turismo, João Carlos Meirelles. O encontro ocorre na data que marca 60 dias de greve e será mediado por uma comissão de deputados estaduais, da qual faz parte a deputada Maria Lúcia Prandi (PT).

Segundo Prandi, o governo até então se manteve intransigente, afirmando que não negociava enquanto a greve prosseguisse. Os grevistas, por sua vez, estão firmes em manter o movimento até que um acordo seja fechado.

O impasse foi solucionado com a intervenção dos deputados estaduais. "Conversamos com o secretário Meirelles, no último dia 2/4, colocando-nos como uma comissão disposta a intermediar as negociações. Ele aceitou a proposta que, posteriormente, obteve também a aprovação do Sindicato", esclarece a parlamentar.

A greve

As Fatecs e Etes são administradas pelo Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps), estrutura pertencente à Secretaria citada. A greve dos professores e demais funcionários foi deflagrada em 16 de fevereiro, tendo como principal reivindicação a reposição das perdas salariais acumuladas nos últimos nove anos, que totalizam 72,22%.

"Para chegar ao percentual, a categoria levou em conta os reajustes assegurados aos professores e funcionários das universidades estaduais paulistas", acrescenta Prandi. A legislação estadual garante paridade, o que não vem ocorrendo.

"O orçamento estadual cresceu 13%, de 2003 para este ano, sem que houvesse a reposição salarial que os servidores há anos reivindicam", disse a deputada, destacando que poderiam ser utilizados os R$ 90 milhões mensais arrecadados com a cobrança previdenciária dos inativos, já que o governo alega o cerceamento criado pela Lei de Responsabilidade Fiscal para não conceder o reajuste. As entidades representativas do setor afirmam que a folha de pagamento do Centro Paula Souza é de R$ 12 milhões, valor que passaria para R$ 22 milhões, com a reposição de 72,22%. Dos R$ 90 milhões extras que o Estado passou a arrecadar, apenas R$ 10 milhões seriam canalizados para o acerto salarial.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp