De braços dados pelo Grande ABC

OPINIÃO - Vanderlei Siraque*
16/12/2002 16:00

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Entre as diversas maneiras de se fazer política há duas que podemos classificar como as mais antagônicas. Uma é a política do atraso, que engloba desagregação, mesquinhez, emperramento, desorganização, priorização de divergências e que não leva a lugar algum, a não ser a interesses meramente particulares. Outra é a política moderna, que traz agregação, consenso progressivo, organização e priorização de pontos em comum de determinado grupo político, evidentemente sem esconder as divergências e as diferenças individuais, mas colocando acima de tudo os consensos em busca do interesse da coletividade.

Essa segunda forma de fazer política originou e solidificou a filosofia da Bancada do ABC, que procura agregar, na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, os interesses comuns da região do Grande ABC, sem esconder as especificidades dos deputados de partidos diferentes e suas ideologias, pois o grande ponto em comum é a defesa dos interesses regionais junto ao governo do Estado e aos demais deputados.

A Bancada do ABC teve diversas atuações conjuntas na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, nos últimos três anos: nas discussões de leis de diretrizes orçamentárias e de orçamentos públicos, na redução de ICMS das indústrias de móveis, na aprovação da ampliação do pólo petroquímico, na diminuição de tributos para automóveis, na construção de piscinões e, ainda, na conquista de hospitais estaduais para Diadema e Santo André. Todas essas intervenções foram feitas em benefício da região.

Além disso, a atuação da Bancada do ABC tem servido de exemplo para deputados de outras regiões. Em alguns casos, ela é e deve ser suprapartidária, porém, sem ferir os interesses dos partidos, até porque esses interesses devem estar em consonância com os da sociedade.

E para essa Bancada se fortalecer mais precisa ter sua participação formalizada no Consórcio Intermunicipal do Grande ABC e na Agência de Desenvolvimento Econômico, pois atualmente os deputados não participam das reuniões deliberativas e geralmente não são convidados a acompanhar os prefeitos em suas visitas às secretarias estaduais para desemperrar projetos, o que significa grande perda para a região.

Tenho a certeza de que nenhum dos deputados estaduais da região feriu ou vai ferir sua ideologia, o programa do seu partido político ou seus eleitores ao se integrar e se agregar na defesa de propostas que coletivamente foram construídas pelos organismos regionais, como a Câmara Regional do Grande ABC, o Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, o Movimento pela Universidade pública egratuita da região e a Agência de Desenvolvimento Econômico do ABC.

Acredito que os moradores, os empreendedores da nossa região, enfim, nossos municípios, só têm a ganhar com o trabalho em conjunto e a defesa de propostas deste tipo, tais como: a ligação de Mauá à via Anchieta, a duplicação da rodovia Índio Tibiriçá com os devidos acessos a Ribeirão Pires e a Rio Grande da Serra, a construção de mais piscinões, a conclusão do Hospital Estadual de Santo André, a total recuperação do Vera Cruz, em São Bernardo, os Centros Tecnológicos de Diadema, Mauá e Santo André, a transformação de Rio Grande da Serra em estância turística e o aumento dos efetivos das polícias civil e militar, além do aumento no fornecimento de equipamentos para a área de segurança pública.

Essas propostas foram construídas coletivamente e nós - deputados, prefeitos, vereadores, trabalhadores e empreendedores - temos a obrigação de defendê-las e lutar de braços dados por elas, pois são de interesse público do Grande ABC.

*Vanderlei Siraque (PT) é deputado estadual e membro da Bancada do ABC na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo.

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