Contrapontos informais e traços fortes refletem a ansiedade e a inquietação de Augusto Higa

Emanuel von Lauenstein Massarani
09/06/2003 17:47

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A pintura de Augusto Higa reflete ansiedade, inquietação e uma luta contínua em direção à anulação das formas e sua simplificação. A atitude de estilizar as figuras, cuja inércia plástica introduz uma leve esperança na visão pessimista da vida, está na sua base pictórica.

Com efeito, o artista pesquisa nos confins do irracional sobre a realidade que o cerca. Com toda sua carga de vida estabelece uma dura luta contra o condicionamento e contra qualquer tipo de submissão.

O seu processo criativo e a realidade de toda a forma vital abrem espaços indefinidos sobre os quais impõe uma nova visão da matéria numa realidade que não pertence mais ao mundo sensorial.

A fantasia de Augusto Higa possui contrapontos informais, descargas de traços fortes e até mesmo chamas luminosas que se fundem no perfil psicológico social do ser humano, seja ele, superado, imaginário ou vivo. Trata-se de uma missão benéfica, mais ou menos fenomênica que, incisivamente, reproduz o ritmo de um produto humano solitário.

A pincelada larga e o traço robusto de sua espátula conduzem a massa cromática, sóbria, mas reavivada aqui e acolá por jatos fortes e brilhantes, a justas relações luminosas e cromáticas.

Como se pode verificar através das obras Pausa e Afeto, realizadas em acrílico sobre tela e doadas ao Acervo Artístico do Palácio 9 de Julho, sob sua cor existe um desenho robusto e sensível, que sustenta o todo onde um certo sabor expressionista e o equilíbrio da composição alcançam um feliz resultado.

Sua pintura é séria, longe de todo e qualquer excesso, mantida sob severo controle numa manifestação evidentemente sincera de um espírito apaixonado e profundamente humano.



O artista

Augusto Taishin Higa nasceu em São Paulo em 1934. Cursou artes plásticas (1956 a 1964) e modelo vivo (1958 a 1967) na Associação Paulista de Belas Artes; artes plásticas e história da arte na Fundação Armando Alvares Penteado - FAAP (1964 a 1968); propaganda e comunicação na Escola Superior de Propaganda e Marketing; crítica e análise na Galeria Mali Vilas Boas e Espaço Contemporâneo com Antônio Peticov.

Participou de inúmeras exposições, destacando-se entre elas: Museu de Arte - RJ (1958); Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo (1959); Salão de arte contemporânea - SP (1960); Salão Almeida Júnior (1962); Salão de artes plásticas Piragibe Nogueira ¨S.P.F.C¨; 18º Salão de artes plásticas de Rio Claro (1999); 1º Salão de Agulhas Negras; 1º Salão Panathlon, no E.C Espéria (2000); 52º Salão Paulista de Belas Artes; 1º Salão de Pintura Figurativa Contemporânea da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa; 30º Salão de Arte Contemporânea Bunkyo; Galeria Mali Villas Boas (2001); Espaço Cultural dos Artistas Plásticos dos Omáguas (2000-2002); ¨ Universo Feminino ¨ na Universidade Sto Amaro (2002); 3º Salão de Pintura figurativa Bunkyo.

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