Excesso de presos dificulta controle de fugas, diz Furukawa


24/08/2000 15:24

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O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, disse na CPI do Narcotráfico da Assembléia Legislativa, nesta quinta-feira, 24/8, que o grande volume de presos no sistema carcerário estadual, atualmente 90.039, é um dos fatores que dificulta o controle das fugas. Entram no sistema prisional, segundo o secretário, mil novos presos por mês e, nos últimos 5 anos, o número de condenados que cumprem pena passou de 31.842, em dezembro de 1994, para 55.747 em junho de 2000.

Furukawa informou à CPI que uma das falhas que constatou, ao assumir a pasta em 17 de dezembro, foi a ausência de normas para a remoção e transferência de presos. A partir de abril deste ano estas normas foram fixadas e hoje todas as transferências têm de ser avisadas com antecedência e havendo qualquer suspeita ela é cancelada.

Os deputados questionaram o secretário sobre os fatos apurados, durante as investigações realizadas pela comissão, da facilitação de fugas por parte de agentes penitenciários. Furukawa admitiu que as fugas são acobertadas e são abertas sindicâncias internas para apurar estes casos.

"Como a maioria dos presos é de origem urbana, o índice de fuga nos Institutos Penais Agrícolas (IPA) é grande, já que não se adaptam aos trabalhos ditos rurais", exemplificou o deputado, apontando uma possível solução: manter os detentos em penitenciárias localizadas em áreas urbanas, com oferta de trabalhos diversificadas, como atividades mecânicas, elétricas e de marcenaria, entre outras.

A CPI, presidida pelo deputado Dimas Ramalho (PPS), ouviu também José Rolim Neto, assessor para assuntos prisionais da Secretaria de Segurança Pública.

alesp