DA ASSESSORIA

Elaborar um relatório circunstanciado com todos os problemas relatados; marcar reunião com os responsáveis pela saúde nos 48 municípios envolvidos; elaborar requerimento de informação sobre as principais irregularidades e realizar visita ao complexo hospitalar em data a ser marcada. Estas são as principais decisões da segunda reunião da Comissão de Representação criada pela Assembléia Legislativa do Estado para apurar denúncias do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), ocorrida nesta quinta-feira, 11/10, no Palácio 9 de Julho, sede do Parlamento paulista.

A reunião contou com a presença de representantes de entidades da área da saúde e de pessoas que conhecem o funcionamento do Conjunto e do 1º secretário da Assembléia Legislativa de São Paulo, deputado Hamilton Pereira (PT), além dos deputados Roberto Gouveia (PT), Caldini Crespo (PFL), Maria do Carmo Piunti e Luiz Gonzaga Vieira (PSDB) e Jamil Murad (PCdoB).

Foram relatadas as diversas dificuldades enfrentadas pelo complexo hospitalar relacionadas à gestão, administração, pessoal, falta de equipamentos e à relação entre os setores público, filantrópico e privado, além de problemas no convênio PUC/Estado.

Para o deputado Hamilton Pereira, "a grave situação em que se encontra o complexo nos obriga a tomar medidas imediatas para sanar as irregularidades verificadas nos relatos ocorridos nesta reunião. E será exatamente isto que estaremos fazendo nos próximos dias, com a colaboração de todos os parlamentares desta comissão e das demais pessoas envolvidas".

Comissão aponta deficiências do atendimento

Criada no último dia 19 de setembro, a comissão tem noventa dias para concluir seu trabalho. Na quarta-feira, 3/10, cinco de seus membros estiveram em Sorocaba participando de audiência pública promovida pela Câmara Municipal, tratando especificamente dos problemas do CHS.

Em visita ao Hospital Regional de Sorocaba no dia 5/9, comissão formada por Hamilton Pereira (PT), pelo vereador Arnô Pereira (PT), membros da Plenária Popular de Saúde e do Conselho Municipal de Saúde chegou à conclusão de que é desumano o atendimento oferecido à população. Atualmente, o Hospital não possui nenhum equipamento de eletroencefalograma disponível, o que prejudica pelo menos 20 pessoas a cada dia. Hamilton Pereira constatou durante a visita que o setor de fisioterapia encontra-se totalmente paralisado há mais de dois anos. Outro setor prejudicado é o laboratório, que, pela falta de kits para a realização de 15 diferentes tipos de exames, tem acarretado a perda de amostras de sangue que acabam ficando por até seis meses congeladas.

Quando o problema não é a falta de equipamentos e material, faltam profissionais capacitados para a operação dos aparelhos, como é o caso da ultra-sonografia, do ultra-som de articulações e urologia. Toda essa defasagem tanto de equipamentos quanto de pessoal tem levado os pacientes a enfrentar uma espera de pelo menos três meses para serem atendidos.

Todos os problemas encontrados no hospital já são conhecidos há muito tempo pela diretoria, que há cerca de um ano vem anunciando a elaboração de um plano diretor para o hospital, porém ainda sem nenhuma mudança concreta. Atendendo aproximadamente 18 mil pessoas por mês, o Hospital Regional não chega a dar conta de 50% da demanda dos 48 municípios que atende.