Fracassa primeira tentativa de acordo com Fatecs e ETEs


16/04/2004 16:33

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Da assessoria da deputada Maria Lúcia Prandi

"Com a postura intransigente de propor o retorno ao trabalho, o governo do Estado causou o fracasso da primeira tentativa de acordo com representantes das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) e Escolas Técnicas Estaduais (ETEs), cujos professores e funcionários se encontram em greve há 60 dias, por melhores salários", avaliou a deputada Maria Lúcia Prandi (PT). Bastante tenso, o encontro de quinta-feira, 15/4, com mais de duas horas de duração, teve como único ponto positivo o consenso quanto à constituição de uma comissão, com a participação de sindicalistas, para analisar as finanças do Estado.

Desapontada com o resultado, a deputada Maria Lúcia Prandi (PT) vê com extrema preocupação a resistência do governo estadual. "A arrecadação cresceu R$ 90 milhões por mês, apenas com a taxação dos proventos dos inativos. A intransigência, lamentavelmente, demonstra o absoluto descaso com o ensino técnico e tecnológico", ela observa.

Depois de 60 dias, pela primeira vez o governo recebeu os grevistas. Professores e funcionários vinculados ao Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps) reivindicam a reposição 72,22%, correspondente a perdas salariais dos últimos nove anos. No período, tiveram apenas 15% de reajuste.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico, João Carlos Meirelles, não apresentou nenhuma contraposta. "O secretário veio com a mesma conversa do ano passado, tentando vincular a possível concessão de reajuste a uma avaliação da performance financeira do Estado no primeiro quadrimestre do ano", disse a deputada.

Ela acrescentou que, em 2003, a categoria concordou em esperar a análise financeira dos primeiros quatro meses, mas depois nem sequer foi chamada para negociar. Para Prandi, a má vontade fica caracterizada também porque o governo poderia se basear em projeções financeiras. "Estamos nos últimos dias do primeiro quadrimestre. Uma projeção, com pouca margem de erro, é perfeitamente possível", enfatiza.

Quanto à comissão que será constituída, participarão representantes da Secretaria de Ciência, Tecnologia, Turismo e Desenvolvimento Econômico, da Secretaria da Fazenda, do Sinteps e da Assembléia Legislativa. O Sinteps está demonstrando maturidade e boa vontade. Esperamos que passe a ser essa também a postura do governo do Estado", conclui Maria Lúcia Prandi.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp