Falta de fiscalização em aeroportos é debatida na CPI do Narcotráfico


31/08/2000 14:27

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Os deputados da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga o narcotráfico no Estado esteve reunida com representantes das polícias civil e federal, da receita federal e representantes sindicais dos trabalhadores em aeroportos para debater o controle de cargas e a ação do crime organizado nos aeroportos de Cumbica e Campinas.

A Comissão, presidida pelo deputado Dimas Ramalho(PPS), ouviu nesta quinta-feira, 31/08, o delegado da Polícia Federal, Mário Kyotaka Ykeda; o delegado da Polícia Civil Francisco Basile; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Receita Federal, José Ricardo Alves Pinto; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Aeroviários do Estado de São Paulo, Uébio José da Silva e o delegado de Polícia Civil Wilson Roberto Odones.

Os presentes relataram as dificuldades que enfrentam com relação ao controle de passageiros e cargas. Quanto aos passageiros foi mencionado que ainda não foi reativada a obrigatoriedade do controle de brasileiros que saem e entram no país. Desta forma, segundo as autoridades policiais, não é possível impedir a saída de condenados ou de impedidos judicialmente. O presidente do sindicato dos aeroviários, Uébio, relatou a fragilidade do esquema de segurança, pois muitas das empresas terceirizadas, que prestam serviço para a Infraero, são montadas para atender apenas uma licitação e logo após são desfeitas. Estas empresas, segundo Uébio, não realizam uma seleção criteriosa dos trabalhadores o que permite a contratação de pessoas com antecedentes criminais em áreas de segurança dos aeroportos.

Com relação a importação e exportação de cargas, José Ricardo informou que apenas 20% dos containers e cargas são fiscalizados documentalmente e que apenas 5% são vistoriados por agentes da receita. Os restantes 80% não sofrem nem uma fiscalização de documentos sendo despachadas sem qualquer embaraço, o que deixaria um campo aberto para tráfico de drogas e armas, contrabando e lavagem de dinheiro.

De acordo com o deputado Renato Simões, a CPI quer além de apurar possíveis irregularidades produzir um relatório propositivo que possa auxiliar no combate ao narcotráfico.

alesp