A sessão plenária desta quarta-feira, 6 de março, foi marcada por homenagens ao primeiro ano da morte do governador Mário Covas. Ao abrir a sessão, o deputado Newton Brandão (PTB), que presidia os trabalhos, ressaltou o prestígio político de Mário Covas e sua facilidade em discursar. O deputado sugeriu que os discursos do governador sejam encadernados, "para que nos sirvam de exemplo da sua honradez e dignidade".

Campos Machado (PTB) - "Em 1998, quando Mário Covas concorria à reeleição, o governador reuniu alguns amigos em seu apartamento para discutir o seu plano de campanha. Ocupávamos o quarto lugar nas intenções de voto e o governador, que parecia dormir, nos disse que para vencermos precisávamos de três coisas: acreditar, lutar e ganhar. Jamais o PTB conheceu um homem com tamanha postura ética como a de Mário Covas."

Ricardo Tripoli (PSDB) - "Tive o privilégio de iniciar minha carreira política ao lado de Mário Covas. Quando ele foi indicado por André Franco Montoro para ser o prefeito de São Paulo, fui seu secretário. Como prefeito, Covas dizia que não beneficiaria este ou aquele partido, mas a população. Hoje, o Parlamento paulista tem a função de fiscalizar graças à tese de Mário Covas."

Nabi Chedid (PSD) - "Nos seis anos que convivi com Mário Covas aprendi a admirar sua lealdade e sinceridade. Compartilhamos da sua alegria ao reconstruir São Paulo - o Estado pioneiro na reorganização administrativa. Nos dois primeiros anos do seu mandato, Covas sofreu muito com as injustiças e desconfianças. É com muita emoção que falamos do primeiro ano de sua morte."

Mariângela Duarte (PT) - "O senador Mário Covas foi, sem dúvida nenhuma, um dos maiores senadores da República. Nós, do PT, tínhamos o gabinete do senador Mário Covas como nosso quartel general. Aprendemos muito em seu gabinete. Santos tem um tributo com esse homem e jamais deixaremos de defender sua luta pela democracia."

Duarte Nogueira, líder do governo - Conheci Mário Covas pela literatura, quando era jovem, e pelos fatos contados por aqueles que participaram ativamente da história do país. Mais que as vitórias eleitorais, Mário Covas nos deu uma lição. Sempre obstinado, demonstrou sua experiência e vocação para a vida pública. Covas era conhecido por sua luta incansável pela democracia. Sem dúvida, era um grande professor e seus ensinamentos devem ser utilizados na direção do bem comum e para que a prática do mau uso da política seja cada vez menos presente."

Carlinhos Almeida (PT) - "Todos sabem que o Partido dos Trabalhadores fez oposição aos os dois governos de Mário Covas, sobretudo ao primeiro. Mesmo assim, o PT manifestou seu voto a Mário Covas quando ele tentava a reeleição. Fizemos isso para evitar a volta do malufismo e por reconhecermos nele qualidades fundamentais para um homem público, dentre elas a luta pela democracia."

Gilberto Nascimento (PSB) - "Mário Covas sempre debateu com as camadas humildes. Visitava os barracos nas favelas e nunca ia embora sem deixar dinheiro para o pão. Era um homem lutador que amava a justiça. Cheio de exemplos, era capaz de dizer não se assim o entendesse. Corajoso, em nenhum momento deixou transparecer que a doença o dominaria."

Dimas Ramalho (PPS) - "Faço o registro do nosso respeito e triste lembrança deste brasileiro que marcou a vida pública do país. Homem de posições firmes e de respeito ao dinheiro público, Mário Covas respeitava os princípios que o elegiam. Fui seu secretário da Habitação e posso dizer que era um homem sério, honesto, afetivo e amigo."

Luis Carlos Gondim (PV) - "Covas era um homem que dizia faço ou não faço, posso ou não posso. Às vezes isso nos chocava, mas ele sempre nos explicava por quê. Foi muito bom conviver com este homem tão ilustre."

Presidente Walter Feldman (PSDB) - "A Verdade estava para ele (Mário Covas) indissoluvelmente ligada à palavra, uma não era capaz de se distinguir da outra. Não cultivava a palavra fácil, não utilizava de sua capacidade no manuseio da palavra nem para só dizer as palavras fáceis que todos querem ouvir nem para ludibriar os ouvintes; adorava discutir porque acreditava em todo o potencial para que a luz fosse encontrada "