A população paulista, cansada de ser refém de bandidos, chegou acomemorar a ação eficaz da Polícia Militar no caso do ataque ao comboioque culminou com a morte de 12 assaltantes perto de Sorocaba. A tristeminoria de defesa dos direitos humanos de criminosos, porém, saiu acampo e já fez estragos. Infelizmente, conforme previ, logo após aqueleepisódio os mais de 100 homens da PM, de soldados a coronéis, estãosendo retirados das ruas para receber castigo. Existe mesmo um tipo depunição que vem impondo limite à polícia desde o início do governo MárioCovas e permanece em vigor no governo Geraldo Alckmin.Trata-se do Proar, o Programa de Acompanhamento de PoliciaisEnvolvidos em Ocorrência de Alto Risco, um regulamento absurdo, queatemoriza os PMs: aqueles que participam de ações violentas acabam sendoretirados de serviço e são submetidos a uma reciclagem por 21 dias,enfrentando sessões com psicólogos. O comando da PM já avisou que ospoliciais do ataque ao comboio de assaltantes serão submetidos ao Proar.Além disso, entidades de defesa dos direitos humanos mais umavez distorcem os fatos e levantam suspeitas sobre a validade do ataque daPM, lançando a pergunta: por que morreram só assaltantes? É o caso de agente convidar esse pessoal para dar um pulo até o Cemitério do Araçá evisitar o Mausoléu da PM, conferindo placas de jazigos, para verificarquantos policiais tombaram mortos, ultimamente, no cumprimento do dever.Existem, sim, os maus policiais, que abusam da violência e atépassam para o lado dos criminosos. Alguns deles estão na cadeia, outrosterão de enfrentar a Justiça. Mas os que agiram corajosamente em Sorocabamerecem apenas aplausos.O governador Geraldo Alckmin admitiu que a Segurança Pública foio ponto frágil do primeiro ano de sua administração. Em 2002, natentativa de acertar, uma vez que, além de tudo, é candidato àpermanência no cargo por mais quatro anos, Alckmin mexeu finalmente nosecretariado que havia herdado de Mário Covas. Ele apontou a porta desaída para Marco Vinício Petrelluzzi, que havia deixado um rastro deincompetência em três anos na pasta, e nomeou Saulo de Castro AbreuFilho. A chegada de Saulo coincidiu com episódios dramáticos: o seqüestroe assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e a libertação dopublicitário Washington Olivetto após 53 dias em poder de uma ousadaquadrilha internacional, além de atentados da facção criminosa PrimeiroComando da Capital (PCC) contra a Secretaria da AdministraçãoPenitenciária, novos motins sangrentos em cadeias e inúmeros crimes emtodas as regiões do Estado.O fato é que, nas últimas semanas, surgiu uma luz no fundo dotúnel. Foram totalmente esclarecidos os assassinatos de Celso Daniel e doprefeito de Campinas, Toninho do PT, ficando claro que foram crimescomuns e não políticos. O grande marco da vitória das autoridades contraos bandidos ocorreu em 5 de março, com o bem-sucedido cerco da PolíciaMilitar à quadrilha do PCC que ia num comboio até com ônibus roubar umavião pagador no aeroporto de Sorocaba. No tiroteio, morreram 12assaltantes.Armados até os dentes, os bandidos, cercados, já foram atirandocontra os policiais, como aconteceu com o motorista do ônibus do comboio.A opinião pública sentiu-se aliviada e aplaudiu a PM, mas há quem prefiracriticar e punir os policiais. Só aqui!Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL