PMs NOTA 10 PUNIDOS? SÓ AQUI - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
08/03/2002 18:58

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A população paulista, cansada de ser refém de bandidos, chegou a

comemorar a ação eficaz da Polícia Militar no caso do ataque ao comboio

que culminou com a morte de 12 assaltantes perto de Sorocaba. A triste

minoria de defesa dos direitos humanos de criminosos, porém, saiu a

campo e já fez estragos. Infelizmente, conforme previ, logo após aquele

episódio os mais de 100 homens da PM, de soldados a coronéis, estão

sendo retirados das ruas para receber castigo. Existe mesmo um tipo de

punição que vem impondo limite à polícia desde o início do governo Mário

Covas e permanece em vigor no governo Geraldo Alckmin.

Trata-se do Proar, o Programa de Acompanhamento de Policiais

Envolvidos em Ocorrência de Alto Risco, um regulamento absurdo, que

atemoriza os PMs: aqueles que participam de ações violentas acabam sendo

retirados de serviço e são submetidos a uma reciclagem por 21 dias,

enfrentando sessões com psicólogos. O comando da PM já avisou que os

policiais do ataque ao comboio de assaltantes serão submetidos ao Proar.

Além disso, entidades de defesa dos direitos humanos mais uma

vez distorcem os fatos e levantam suspeitas sobre a validade do ataque da

PM, lançando a pergunta: por que morreram só assaltantes? É o caso de a

gente convidar esse pessoal para dar um pulo até o Cemitério do Araçá e

visitar o Mausoléu da PM, conferindo placas de jazigos, para verificar

quantos policiais tombaram mortos, ultimamente, no cumprimento do dever.

Existem, sim, os maus policiais, que abusam da violência e até

passam para o lado dos criminosos. Alguns deles estão na cadeia, outros

terão de enfrentar a Justiça. Mas os que agiram corajosamente em Sorocaba

merecem apenas aplausos.

O governador Geraldo Alckmin admitiu que a Segurança Pública foi

o ponto frágil do primeiro ano de sua administração. Em 2002, na

tentativa de acertar, uma vez que, além de tudo, é candidato à

permanência no cargo por mais quatro anos, Alckmin mexeu finalmente no

secretariado que havia herdado de Mário Covas. Ele apontou a porta de

saída para Marco Vinício Petrelluzzi, que havia deixado um rastro de

incompetência em três anos na pasta, e nomeou Saulo de Castro Abreu

Filho. A chegada de Saulo coincidiu com episódios dramáticos: o seqüestro

e assassinato do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e a libertação do

publicitário Washington Olivetto após 53 dias em poder de uma ousada

quadrilha internacional, além de atentados da facção criminosa Primeiro

Comando da Capital (PCC) contra a Secretaria da Administração

Penitenciária, novos motins sangrentos em cadeias e inúmeros crimes em

todas as regiões do Estado.

O fato é que, nas últimas semanas, surgiu uma luz no fundo do

túnel. Foram totalmente esclarecidos os assassinatos de Celso Daniel e do

prefeito de Campinas, Toninho do PT, ficando claro que foram crimes

comuns e não políticos. O grande marco da vitória das autoridades contra

os bandidos ocorreu em 5 de março, com o bem-sucedido cerco da Polícia

Militar à quadrilha do PCC que ia num comboio até com ônibus roubar um

avião pagador no aeroporto de Sorocaba. No tiroteio, morreram 12

assaltantes.

Armados até os dentes, os bandidos, cercados, já foram atirando

contra os policiais, como aconteceu com o motorista do ônibus do comboio.

A opinião pública sentiu-se aliviada e aplaudiu a PM, mas há quem prefira

criticar e punir os policiais. Só aqui!

Afanasio Jazadji é radialista, advogado e deputado estadual pelo PFL

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