Apesar de os líderes da base governista na Assembléia Legislativa de São Paulo estarem tentando barrar a CPI do Futebol, proposta pelo deputado Romeu Tuma (PMDB), a Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor vai participar das investigações do Escândalo do Apito. Os árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon serão convocados a depor. "É lamentável a postura da bancada governista. A decisão nos leva a crer que haja outros interesses escusos em jogo", denuncia Tuma, que é o presidente da Comissão.

Após uma reunião de líderes realizada nesta terça-feira pela manhã, não houve o acordo necessário para que o pedido de CPI fosse colocado em votação em plenário. No entanto, na parte da tarde, na reunião da Comissão de Defesa dos Direitos do Consumidor, esta deliberou sobre um pedido do deputado Sebastião Arcanjo (PT) para que a Assembléia receba o inquérito da Polícia Federal e o material do Ministério Público. "O objetivo neste caso é preservarmos os direitos dos consumidores, que estão sendo lesados com este escândalo", diz Tuma.

Também foi aprovado requerimento do deputado Wagner Salustiano (PSDB), pedindo a convocação dos árbitros e empresários envolvidos no escândalo. "Também vamos requerer ao Ministério Público a cópia de todos os depoimentos e as gravações com as conversas telefônicas, para podermos saber em detalhes tudo o que foi dito". Tuma diz que os trabalhos, neste caso, devem ter a participação da Comissão de Esportes e Turismo da Assembléia, também interessada no caso.

"O ideal seria a criação de uma CPI, que poderia ir mais a fundo sobre os problemas que envolvem o futebol paulista. Mas, diante da intransigência do PSDB e PTB, encontramos uma solução para evitar que a Assembléia se omita mais uma vez de um tema tão importante para a população", conclui Tuma.

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