Para a população carente, que não pode arcar com os altos custos dos planos e seguros de saúde, a única saída é recorrer ao atendimento prestado pelos hospitais da rede pública.Sabemos que muitos desses estabelecimentos estão sucateados. Aliás, a saúde pública em todos os níveis da administração pode ser classificada dessa forma. Mas ainda há exceções.Das instituições que fogem a essa regra, podemos citar os estabelecimentos que integram os Hospitais das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.A unidade da capital, que recebia, até algumas semanas, cerca de 15 mil pessoas ao dia, agora, mudando sua estrutura, passa suas atribuições aos postos de saúde, diminuindo assim o excesso de pacientes que superlotavam suas dependências diariamente.Não sabemos, ainda, se delegar obrigações é o caminho certo para a solução do problema. Teriam as unidades delegadas a mesma condição técnica?Olhando esse problema de perto, pudemos verificar a situação do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto.É certo que equipamentos modernos foram adquiridos para melhorar o serviço prestado por aquele nosocômio. Porém, uma coisa ficou clara: a par da aquisição de equipamentos de última geração e leitos disponíveis, a contratação de servidores, que não ocorre desde janeiro de 2003, torna esses equipamentos e leitos ociosos, por falta de funcionamento adequado.Não basta, portanto, o aparato técnico, se o recurso humano não está presente para operá-los.A exemplo do HC da capital, o de Ribeirão Preto atende não só a população local, como a dos municípios vizinhos, bem como de outros Estados.Com esse fundamento, ratificando manifestação feita em plenário, apelamos ao governador do Estado para que supra a falta de servidores nos Hospitais das Clínicas, para que a população seja atendida com a dignidade que merece. *Milton Vieira é deputado estadual pelo PFL