QUANDO A POLÍCIA FALHA - OPINIÃO

Afanasio Jazadji*
15/06/2000 17:10

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O episódio ocorrido no Rio de Janeiro mostrado pela TV para todo o Brasil, culminando com a morte de um ladrão assassino e de uma de suas reféns, deixa lições muito claras sobre erros freqüentemente cometidos por policiais diante de casos de violência. As câmeras de televisão acompanharam os momentos dramáticos de uma história de terror que se prolongou por quatro horas, num ônibus no bairro do Jardim Botânico, bem perto da sede da TV Globo. O grande erro da polícia do Rio foi ter dado espaço para o bandido aparentemente drogado, em vez de atacá-lo com tiro certeiro. Faltou perícia aos policiais que enfrentaram o dramático episódio. Não há dúvidas de que, em casos como aquele, seria necessário buscar um desfecho pelo mal menor: a morte só do bandido. No entanto, a execução do homem que ameaçava reféns teria de ocorrer de modo mais seguro, sem o risco do que acabou acontecendo. A morte de uma passageira do ônibus foi chocante e poderia ter sido perfeitamente evitada. Onde estavam os atiradores de elite da polícia do Rio? Um bandido como aquele não deveria ser enfrentado com uma metralhadora, mas sim com um simples revólver ou com uma pistola: um tiro na cabeça do assaltante cortaria o mal pela raiz e evitaria outras mortes.

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