Prandi quer audiência pública para apresentação do projeto de veículos leves sobre trilhos para a Baixada

Maria Lúcia Prandi afirma que concorrência para apontar a concessionária deveria ter sido realizada ano passado
16/02/2001 14:18

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A deputada estadual Maria Lúcia Prandi (PT) recebeu com um misto de alegria e indignação a informação de que a Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) concluiu o estudo técnico para implantação do sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT) na Baixada Santista. A parlamentar, que defende o transporte ferroviário de passageiros, ficou feliz com mais esse passo para a retomada da ligação férrea entre Santos e a Área Continental de São Vicente. Ao mesmo tempo, a deputada Prandi não esconde a irritação diante da lentidão com que o processo está sendo conduzido, já que a concorrência pública para apontar a empresa concessionária dos serviços deveria ter sido realizada ano passado, conforme compromissos assumidos pelo próprio secretário estadual de Transportes Metropolitanos, Cláudio de Senna Frederico.

"Infelizmente, o governo estadual só foi ágil na desativação do Trem Intrametropolitano (TIM) em maio de 1999, obrigando milhares de cidadãos que se deslocam entre a Área Continental de São Vicente e Santos a pagar caro para andar em ônibus mal conservados e superlotados", enfatiza Maria Lúcia Prandi, que defendia que o TIM fosse mantido em operação até que o início das obras de implantação do VLT impedisse a circulação da única composição que ainda estava em atividade.

Agora, a parlamentar quer rapidez no agendamento da audiência pública regional, quando o projeto será apresentado e discutido oficialmente com a comunidade da Baixada Santista. "Só 45 dias depois da audiência pública é que poderá ser aberta a licitação. Por isso, não podemos perder mais tempo", frisa a deputada Prandi. A parlamentar encaminhou ofício aos presidentes da Agência Metropolitana de Desenvolvimento (Agem), Koyu Iha, e do Conselho de Desenvolvimento da Baixada Santista (Condesb), Washington Martins, solicitando a urgente marcação dessa audiência pública.

Passo a passo. Maria Lúcia Prandi vem acompanhando passo a passo todo o processo de substituição do TIM pelo VLT. "Isto está ocorrendo dentro de um projeto de modernização do transporte ferroviário de passageiros na região, que sempre defendi", explica a parlamentar, que esteve ao lado da comunidade durante toda a luta para garantir a continuidade do transporte ferroviário. "Essa mobilização teve seu ponto alto quando conseguimos 10 mil adesões a um abaixo-assinado contra a substituição do trem por um corredor expresso de ônibus, que complicaria ainda mais a já confusa malha viária da Baixada", frisa Prandi, lembrando que o documento foi entregue ao secretário Cláudio de Senna Frederico numa das várias audiências realizadas para tratar da questão.

Desde a venda do terreno da antiga estação Sorocabana por R$ 31 milhões, a deputada vem cobrando a aplicação desses recursos na implantação da primeira fase do VLT. "Esse foi um compromisso assumido pelo governo estadual para justificar a venda daquela área de 80 mil metros quadrados. Agora, espero que isso comece a se concretizar efetivamente", afirma a parlamentar, que no dia 19 de janeiro de deste ano havia enviado ofício ao secretário de Transportes Metropolitanos, cobrando explicações sobre a demora no processo de instalação de VLT.

Como será. De acordo com informações transmitidas à deputada Prandi durante audiências com Senna Frederico e técnicos da secretaria, o dinheiro da venda do terreno será aplicado na adaptação dos trilhos e na construção/melhoria de estações. A compra de veículos, a instalação de sinalização e a operação do sistema ficará a cargo de uma concessionará, que controlará também os ônibus que fazem o transporte intermunicipal de passageiros na região. Até o final do projeto, que prevê a ligação entre Samaritá (Praia Grande) e o cais do Valongo (Santos), serão investidos cerca de R$ 170 milhões, entre recursos do governo estadual e da iniciativa privada, incluindo financiamentos do BNDES.

"Como todos os prazos e metas não foram cumpridos até o momento, só daremos trégua quando as obras tiverem início e as primeiras composições começarem a circular. Até lá, vamos continuar firmes na cobrança desses compromissos. A população tem direito a um transporte barato e não poluente. Essa é nossa meta e só comemoraremos a vitória quando ela for definitivamente alcançada", finaliza a deputada Prandi.

(Mais informações, ligue para o gabinete da deputada Maria Lúcia Prandi- 3886-6848/6854)

alesp