Equipe de saúde da mulher pode ter médicos legistas


29/03/2004 15:02

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Da assessoria da deputada Analice Fernandes

Em despacho esta semana com o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, a deputada estadual Analice Fernandes (PSDB) solicitou a liberação de médicos legistas para o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM).

O Centro, cuja construção será iniciada em breve, terá um atendimento especial para as mulheres vítimas de violência física e sexual. Segundo um levantamento feito pela Fundação Perseu Abramo, a cada 15 segundos uma mulher é espancada no Brasil. E em 70% dos casos, o agressor é o marido, companheiro ou namorado, ou seja, um homem bem próximo da vítima.

Muitas mulheres acabam não denunciando a agressão. Apanham, são estupradas e sofrem caladas. "Pensando nessas mulheres que precisam de uma palavra amiga e de um ambiente propício, pedi que o Centro, além do objetivo original de prevenção e diagnósticos de doenças como câncer e osteoporose, tivesse uma atenção especial para as mulheres vítimas de violência", conta a deputada Analice.

Corpo de delito

No Centro haverá um bloco específico para a mulher vítima de violência. Lá, ela poderá fazer com tranqüilidade e sem qualquer constrangimento exame de corpo de delito, tomar banho, conversar com psicólogas e assistentes sociais. Segundo levantamento da Secretaria da Saúde do Estado, o atendimento às mulheres vítimas de violência nos municípios onde já funcionam Centros de Atenção à Saúde da Mulher, estimula a denúncia ao agressor, chegando a dobrar o número de denúncias.

"A situação da violência contra a mulher está em níveis inaceitáveis. O aumento do número de agressões é alarmante. Esse marido, esse companheiro agressor precisa saber que está cometendo um crime, passível de punição. É fundamental criar mecanismos para coibir a agressão. Uma ação integrada entre a Delegacia e o Centro irá trazer resultados bastante positivos, diminuindo as agressões contra as mulheres", confirmou a deputada .

Construção

O CAISM vai ocupar um terreno no Parque Pinheiros de fácil acesso à população. A construção com 600 metros quadrados vai abrigar quatro blocos: um de procedimentos com capacidade para pequenas cirurgias, um de atenção às mulheres nas especialidades, outro para as mulheres vítimas de violência e um bloco para diagnóstico e imagem. O Centro será equipado com equipamentos de mamografia, ultra-sonagrafia e ostessonometria e terá uma equipe com 15 médicas, 4 enfermeiras, 2 psicólogas, 2 assistentes sociais, 4 técnicos de raios-x e 15 auxiliares de enfermagem, além dos médicos legistas.

Os dados estaduais do Programa de Atenção Integral à Saúde da Mulher indicam que os municípios que possuem esses centros especializados conquistaram uma redução importante em alguns coeficientes. Um exemplo é o coeficiente de mortalidade por câncer de colo de útero, que é de 6,4 no Estado e cai para 4,2 em média nos municípios onde já funcionam os centros.

afernandes@al.sp.gov.br

alesp