A qualidade do diesel comercializado no Brasil foi questionada pelo deputado Davi Zaia (PPS), nesta terça-feira, 6/11, no plenário da Assembléia. O deputado comentou a mobilização da sociedade no sentido de pressionar a Petrobrás, responsável pela comercialização de 90% do diesel no país. A empresa se recusa a cumprir norma do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) que estabelece a redução do teor de enxofre existente no diesel combustível para 50 ppm (partes por milhão), até 2009.Davi Zaia lembrou que nos países da Europa a concentração de enxofre no diesel é de 10 a 50 ppm e que em 2009 a Comunidade Européia pretende estabelecer o patamar de 10 ppm, para os países do continente.Em contraposição aos níveis observados em economias mais desenvolvidas, no Brasil a concentração de enxofre no diesel é de 500 ppm, em cidades como Belo Horizonte, Rio, São Paulo e outros 234 municípios, e de 2 mil ppm nas mais de 5.500 cidades restantes. "Os níveis são absurdamente maiores quando comparados com países mais avançados", disse Zaia.O deputado falou sobre os estudos elaborados pelo Laboratório de Poluição Atmosférica Experimental da Faculdade de Medicina da USP que avalia que a poluição na região metropolitana de São Paulo causa a morte precoce de 2 mil pessoas por ano. Ele apresentou recentemente um projeto de lei, que está em tramitação na Assembléia Legislativa, para reduzir para 20 ppm a concentração de enxofre no combustível.Zaia disse que o seu propósito é levar essa discussão para o Legislativo paulista e atrair sugestões da sociedade civil para o debate. Além de apresentar o projeto, o deputado organiza um seminário sobre o tema na Assembléia Legislativa, no dia 3 de dezembro, às 14h30, com especialistas e representantes de organizações sociais de defesa do meio ambiente.dzaia@al.sp.gov.br