Falta de infraestrutura prejudica atendimento aos passageiros de companhias aéreas


27/08/2009 20:07

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As companhias aéreas se ajustaram para superar os problemas que a partir do apagão aéreo de 2006 arranharam a credibilidade do setor. A melhoria dos serviços prestados ao consumidor, no entanto, ainda esbarra na falta de evolução da infraestrutura aeroportuária. Essa avaliação foi feita pelo presidente do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), José Márcio Monsão Mollo, em depoimento prestado nesta quinta-feira, 27/8, à CPI do Transporte Aéreo, presidida pelo deputado Fernando Capez (PSDB).

"O aeroporto de Guarulhos está com sua capacidade praticamente esgotada. Congonhas poderia ser mais utilizado: já teve 52 movimentos/hora e hoje realiza apenas 32. Viracopos tem potencial de crescimento, mas não recebe investimentos", resumiu Mollo, analisando os três principais aeroportos paulistas.

O dirigente afirmou que os números médios de atrasos e cancelamentos de voos estão hoje menores que os padrões internacionais admitidos. Questionado pelo deputado Vicente Cândido (PT), Mollo garantiu que problemas de overbooking, como os constatados em dezembro de 2007, com a TAM, e no final do ano passado, com a Gol, não existem mais, tanto por ajustes realizados pelas empresas como pela diminuição no número de passageiros, reflexo da crise econômica. "O atendimento ao consumidor está normal", assegurou.

Além da questão infraestrutural, o setor, que em 2008 transportou mais de 60 milhões de passageiros " mais que o dobro do número de pessoas transportadas em 2002 ", enfrenta outros problemas, segundo Mollo. Entre eles estão os custos provocados pela elevada carga tributária (30% no Brasil, contra 12% no Chile, por exemplo) e pelos gastos com querosene de aviação, que correspondem a 35% do total de despesas das companhias no Brasil, contra 23% em médias das empresas norte-americanas e europeias.

"Precisamos contabilizar ainda a exigência brasileira de que as companhias aéreas mantenham estoque de peças de reposição equivalentes a 23% do valor das aeronaves. Em outros países esse índice é de 4%. Houve também aumento dos custos com seguros, por causa de declarações de controladores de que o espaço aéreo não é seguro", completou Mollo.

Mollo discordou da avaliação dos controladores e negou a possibilidade de canibalização (retirada de peças de aviões parados para uso em aeronaves em operação) apontada em algumas denúncias, segundo Capez. "Atualmente isso não acontece. A entrada da Gol transformou o mercado. As empresas fizeram sua parte: com administração enxuta, conseguiram forçar a queda dos preços das passagens e registrar aumento no número de passageiros", concluiu o presidente do SNEA.

A CPI ouviu ainda o diretor de Relações Institucionais da Gol, Alberto Fajerman. Ele falou aos parlamentares sobre os centros de manutenção da empresa e os procedimentos que ela adota nessa área. Quanto ao atendimento aos consumidores, o diretor avaliou que "os atrasos e cancelamentos têm muitas causas, desde as técnicas, resultantes de procedimentos de checagem, quanto os problemas meteorológicos e de tráfego aéreo". Para Fajerman, as relações entre a empresa e os consumidores "caminham bem, adequando-se às novas regras".

Os deputados Alex Manente (PPS), Rodolfo Costa e Silva (PSDB) e Camilo Gava (PV) também participaram da reunião, apresentando questões aos depoentes.

alesp