Carta de Santos é marco histórico no combate à Hepatite C


11/03/2002 16:53

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DA ASSESSORIA

"A realização desse encontro, culminando com a elaboração da Carta de Santos, é um momento histórico na luta contra a doença que representa a maior epidemia mundial." A afirmação foi feita pela deputada Maria Lúcia Prandi (PT) durante a abertura do 1º Encontro Nacional dos Grupos de Apoio aos Portadores de Hepatite C, realizado na última quinta-feira, 7/3, em Santos.

Reunindo mais de 50 representantes de 11 Organizações Não-Governamentais (ONG''s) de todo Brasil, o evento foi encerrado com a elaboração da Carta de Santos. O documento resume as ações comuns que nortearão a atuação dessas entidades e suas metas de trabalho. A organização do encontro ficou a cargo do Grupo Esperança, entidade santista formada por familiares e portadores da Hepatite C, com apoio do Sindicato dos Petroleiros.

"Com a força das ONG''s e a vontade política da ex-prefeita Telma de Souza, Santos foi pioneira no combate e na prevenção à Aids, criando um programa que se tornou referência mundial. Agora, mais uma vez mais, a sociedade se mobiliza e dá exemplo na luta contra uma doença que atinge entre 2% e 3% da população brasileira", afirmou a deputada Prandi.

À tarde, no plenário da Assembléia, Maria Lúcia fez um pronunciamento, defendendo a efetiva implantação de políticas públicas de prevenção, combate e tratamento dessa doença. "O Poder Público precisa garantir, como procedimento de rotina, os exames que permitirão a identificação precoce dos infectados. Isto amplia as chances de tratamento e cura. Além disso, também é fundamental a cessão dos medicamentos que combatem a doença e os exames que permitem o acompanhamento da evolução do tratamento", frisa a parlamentar, que é pioneira da luta em defesa dos direitos dos portadores da Hepatite C no Legislativo.

Em 1996, Prandi iniciou uma luta intensa pelo fornecimento gratuito da Ribavirina, remédio que, associado ao Interferon, amplia as chances de cura. A vitória veio quatro anos mais tarde, quando o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a fornecer o medicamento. "Agora, nosso principal alvo é a adoção, pelo Ministério da Saúde, do Interferon Peguilado. Conforme pesquisas científicas, esta nova droga amplia em cerca de 60% as possibilidades de zerar o vírus", explica Maria Lúcia, que pleiteia uma audiência com o secretário estadual da Saúde, José da Silva Guedes.

Na pauta, além do fornecimento do Interferon Peguilado, a efetivação do Centro de Referência em Hepatites Virais do Hospital Guilherme Álvaro (Santos) e a aplicação do Programa Nacional de Hepatites Virais no Estado. "O tratamento dessa doença é caro para o cidadão comum. Por isso, o poder público deve auxiliar aqueles já infectados e atuar na prevenção, impedindo que novas pessoas contraiam o vírus", aponta Prandi. Em todo o mundo, estima-se que cerca de 170 milhões de pessoas tenham Hepatite C.

Cartilha

Durante o encontro, o presidente do Grupo Esperança, Jeová Pessin Fragoso, deu início à distribuição de uma cartilha sobre a Hepatite C. Elaborada pela ONG santista com apoio da Petrobrás, a publicação explica o que é a doença, as formas de contágio, os meios de prevenção, como é o tratamento, além de trazer dados estatísticos sob a epidemia no mundo. Os interessados poderão retirar o livreto na sede do grupo: avenida Conselheiro Nébias, 248, Vila Mathias, em Santos (térreo do Sindipetro). Outras informações podem ser obtidas pelo fone (0XX13) 3221-2336, ramal 243, ou na página da ONG na Internet (www.grupoesperança.hpg.com.br).

alesp