Em coletiva, presidente da Assembléia refuta acusações feitas pela Rede Globo


21/06/2000 17:58

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O presidente da Assembléia Legislativa, Vanderlei Macris (PSDB), em coletiva à imprensa na tarde desta quarta-feira, 21/6, no Salão Nobre da Presidência, refutou as acusações feitas contra ele em matéria do jornalista César Tralli, da Rede Globo, veiculada no Jornal Nacional de ontem, 20/6.

Macris disse que respeita muito o trabalho da imprensa, mas afirmou que fica angustiado quando vê o trabalho da Assembléia Legislativa de São Paulo "execrado por uma certa falta de profissionalismo numa matéria denuncista". O presidente falou com os jornalistas ladeado por deputados de todos os partidos, que fizeram questão de divulgar nota de desagravo em apoio ao presidente.

Macris disse que uma de suas funções na presidência da Casa é prestar esclarecimentos sobre quaisquer dúvidas que possam surgir em relação ao legislativo paulista e, portanto, também sobre a matéria veiculada no Jornal Nacional.

Após relatar parte de sua vida pública, que já conta com 26 anos, seu trabalho como presidente da Mesa da Assembléia e destacar a colaboração da imprensa "no processo de abertura e construção de um parlamento democrático e sério", Macris pediu que a reportagem fosse exibida aos presentes. Na matéria ele é acusado de ficar com parte dos salários dos funcionários do gabinete da presidência (121) e de seu gabinete (13), que seriam em número de 134, no total, percebendo mais de 300 mil reais.

Ao fim da exibição o presidente da Assembléia Legislativa afirmou que "a acusação que ficou explícita é que o presidente bota no bolso os 300 mil. O que ficou explícito é que conta com 121 funcionários para sua mordomia e servir a ele próprio. O que ficou explícito, inclusive no título da matéria, é que o presidente faz caixinha". Sobre as acusações, Macris afirmou que o quadro de cargos da Assembléia é publicado até o final do mês de abril de cada ano e que os funcionários da Casa são em número de 3.148, sendo 2.100 em comissão e 1.048 efetivos. Além disso, o presidente deixou claro que os cargos são do gabinete da presidência e não do presidente, e fazem parte da estrutura da presidência desde o serviço de copa até o de informática, passando pelo protocolo, cerimonial, assessoria de imprensa, entre outros setores.

De acordo com Macris, a atual presidência da Assembléia é responsável pela extinção de 233 cargos da Casa e também pelo corte de 32% nas vagas existentes no gabinete.

Macris não apenas refutou as denúncias como também tornou pública a nota de esclarecimento assinada pelo procurador-geral de Justiça, José Geraldo Brito Filomeno. A nota destaca serem atribuições processuais exclusivas do procurador-geral de Justiça as investigações e eventual propositura de ação penal, ou de ação civil pública por ato de improbidade administrativa contra presidente da Assembléia Legislativa e que no âmbito da procuradoria não existe nenhum procedimento investigatório relativo ao deputado Vanderlei Macris. A nota diz ainda que quaisquer informações sobre atos irregulares praticados por autoridades, cujos procedimentos investigatórios sejam de atribuição processual exclusiva do procurador-geral de Justiça podem ser obtidas diretamente em seu gabinete, que assume responsabilidade por seu conteúdo; e lamenta que a matéria envolvendo supostas investigações da procuradoria tenha sido divulgada sem as devidas cautelas jornalísticas, que incluiriam a checagem dos dados junto ao seu gabinete.

O presidente da Assembléia afirmou que, em relação às demais denúncias feitas pela Globo, envolvendo a Assembléia Legislativa, já adotou medidas através da corregedoria da Casa.

O presidente fez questão de responder a todas as perguntas dos jornalistas presentes. Ele disse que foi vítima de uma injustiça e que qualquer pessoa poderia ser e descartou qualquer possibilidade de um funcionário de seu gabinete ficar com parte dos salários dos demais em seu nome. Disse que não indicou o comandante do policiamento de área de Campinas, mas sim o convidou para trabalhar em seu gabinete. Afirmou também não saber de nenhuma cota de nomeações ou lista de apadrinhados e cargos públicos em poder do governador Mário Covas.

Macris salientou que apesar de o Tribunal de Contas do Estado autorizar a Assembléia a ter um gasto equivalente a 3% do total do orçamento do Estado, na verdade a Casa vem mantendo há dois anos o índice de 0,5%, que inclui os investimentos em informatização, os novos projetos como o Fórum São Paulo Século XXI e o Parlamento Jovem, a TV Assembléia, a introdução da Assembléia na rede mundial de computadores (Internet) e a adesão às normas de qualidade ISO 9002. "A nossa Assembléia é uma das únicas no mundo a receber esse certificado, o que mostra que presta um serviço relevante, importante e com qualidade", disse Macris.

alesp