Magia cromática e narração instintiva:o diálogo de Manoel Britto com a natureza

Acervo Artístico
18/05/2005 16:09

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A convicção que a imagem do objeto de arte deve prescindir de um objetivo registro ótico-perspectivo do real constitui o fio condutor que aproxima entre si as mais diversas experiências artísticas contemporâneas. Assim é Manoel Britto que parte do conceito de pintura entendida inicialmente como sensação espiritual.

A busca de uma intensidade cromática, a impostação medida dos diversos planos, reconstituem as sugestões veristas através da sensibilidade natural e uma humildade que frente aos temas constitui a reconquista de uma atávica sabedoria de vida. O dialogo de Manoel Britto com a natureza é uma constante adquirida pela própria existência: uma narração instintiva, procurando dentro de si a poesia de criar ao ar livre.

A pintura deste artista não tem a preocupação de inovar, mas se coloca no filão fascinante da pintura realista com sabor contemporâneo. Mesmo hoje, na era dos grandes empreendimentos espaciais, esse tipo de pintura encontra uma grande plêiade de afeiçoados que não correm atrás de uma certa vanguarda para respirar a poesia das coisas simples que vêm da natureza e na natureza encontram a motivação para o artista.

Na obra "Bananeiras", doada ao Acervo Artístico do Parlamento Paulista, o observador saboreia um envolvente cromatismo tipicamente brasileiro, onde Manoel Britto com pleno domínio da técnica exerce com magia sua rica sensibilidade.



O Artista

Manoel Britto nasceu em São Paulo em 1950. Desde cedo, o desenho fez parte de sua vida e o levou a diversas áreas profissionais, tais como cinema de animação, propaganda, produção gráfica e direção de arte, até focalizar sua atenção definitivamente na pintura.

Em 1975, participou pela primeira vez de uma exposição coletiva de desenhos e logo após foi a Paris, onde viveu por três anos, freqüentando aulas de modelo vivo. Ainda em Paris recebeu a influência direta da artista Raya Perez, que o introduziu não apenas à pintura abstrata, como a novas maneiras de encarar o desenho figurativo.

De volta ao Brasil, foi para o Recife, onde fundou uma pequena agência de propaganda e foi sócio da Oficina Guaianases de Gravura, onde fez um curso de litografia com o pintor João Câmara. Atualmente em São Paulo, Manoel Britto dedica-se totalmente à pintura e passou a mostrar seu trabalho com regularidade, tendo realizado mais de 30 exposições em várias cidades do Brasil e também em Portugal, no Canadá e Estados Unidos.

Realizou sua primeira exposição na Galeria Crescente, em São Paulo em 1975, seguindo-se as seguintes mostras: 30º Salão de Arte Contemporânea, Olinda, Pe (1980); Oficina Guaianases de Gravura, Olinda, Pe (1981); Cabanga late Club, Recife, Pe (1982); Sociedade Harmonia de Tênis, SP; Ano Internacional da Paz, SP; Artistas D'Além-Mar, Lisboa, Portugal; Atelier Carafizi, SP; Salão Portinari, RJ (1986); Espaço Cultural da Sociedade Harmonia de Tênis, SP; Centro Cultural de São Paulo; Atelier Carafizi, SP; Galeria Graal, SP; Salão de Arte Contemporânea de Avaré, SP (1987); Salão de Arte Contemporânea, Avaré, SP; Centro Cultural Casa Tabacow São Paulo (1988); Bar Mea Culpa, SP (1989); Robarts Library Universidade de Toronto, Canadá; Galeria Ícaro Varig, New York, EUA (1990); Espaço Cultural Jockey Club de Uberaba, MG; Galeria Consolação, SP; (1991); Espaço Cultural Cascai Shopping, Portugal (1992); Espaço Cultural Network, SP (1993); Fundação Mokiti Okada, SP; Caixa Econômica Federal, SP (1994); Art Expo, New York, EUA; Bar Merlin, SP (1995); Nacional Club, SP (1996); Bar Helena, SP; Sociedade Harmonia de Tênis, SP; Galpão das Artes, Salão de Aquarelas, SP; Centro Têxtil, SP; Espaço Cultural Mercedes Benz, SP (1997); I Salão de Aquarelas, Barueri, SP; Claustro do Convento São Domingos, Montemor O Novo, Portugal; Salão Qualidade Brasil, Embratur, Expo Center Norte, SP; Antiquário Azul Cobalto, SP; Projetos de Pintura Mural, Bank Boston, Masp, SP (1998); Casa de Cultura da Universidade Estácio de Sá, RJ; Chapel Art Show, 31º Exposição de Arte Contemporânea Brasileira, SP; Sociarte, Clube Monte Líbano, SP (1999, 2000, 2001 e 2002); Casa da Cultura, Uberaba, MG; Unifieo, Universidade de Osasco, SP; Salão Jacques Janine, Chácara Flora, SP (1999); 51°, 52° e 53° Salão Paulista de Belas Artes, SP (2000, 2001 e 2002); Hangar TAM, SP; Sociedade Harmonia de Tênis, SP; Associação dos Amigos Praça Benedito Calixto, SP (2000); Chapel Art Show, Exposição de Arte Contemporânea Brasileira, SP (2001, 2002 e 2003); Espaço Cultural Incor, SP; Canto Madalena, SP (2002); Sala Vip TAM, Cumbica, Guarulhos, SP; Restaurante Shiraz, SP; Espaço Cultural Cristal, SP (2003).

Possui obras em coleções particulares e oficiais, destacando-se entre elas Hotel Casa Grande, Guarujá, SP, Instituto da Criança, Edifício Empresarial Bachianas e Assembléia Legislativa de São Paulo.

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