Parlamentar apresenta indícios de irregularidades no Proer

Entrada do HSBC no país teria sido irregular
15/04/2002 17:38

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DA ASSESSORIA

O deputado estadual Salvador Khuriyeh (PSB), membro da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as Financeiras, esteve na semana passada em Brasília para acompanhar uma audiência com deputados federais, integrantes da CPI do Programa de Estímulo à Reestruturação do Sistema Financeiro Nacional (Proer).

Khuriyeh, acompanhado de outros deputados estaduais integrantes da CPI das Financeiras, entregou a documentação coletada relativa às operações envolvendo o Banco Central e o HSBC Bamerindus. Segundo o parlamentar, o ingresso do HSBC no Brasil seria ilegal, por suposto envolvimento em irregularidades. "Há fortíssimos indícios de erro do Proer e de uma grande operação de lavagem de dinheiro e fuga de divisas envolvendo o HSBC", afirmou Khuriyeh em discurso no plenário da Assembléia Legislativa.

A ilegalidade a que Khuriyeh se refere se deve à possível vinculação do HSBC ao extinto Hexabanco, responsável pelo desaparecimento de grandes somas de dinheiro de vários clientes em paraísos fiscais.

No próximo dia 16, a CPI do Proer discutirá e votará seu relatório final. Até lá, Khuriyeh espera que as dúvidas sobre a relação entre HSBC e Hexabanco possam ser dirimidas. O HSBC tinha participação acionária no HKB, que veio a se chamar Hexabanco após transferência acionária de uma holding do HSBC, um dos controladores do HKB, para outro controlador, a Prime, de propriedade de Ivan Yung, quando o Banco Central já tinha identificado gestão temerária da Prime e do Hexabanco

Salvador Khuriyeh, assim como alguns integrantes da CPI federal, tem dúvidas quanto ao custo do Proer à sociedade. O relatório da CPI do Proer aponta um custo de R$ 20,3 bilhões, mas estima-se que esse valor seja na realidade de R$ 56,9 bilhões, pelo custo corrigido pela taxa Selic. Especificamente no caso Bamerindus, o deputado do PSB lembrou que o Proer financiou em mais de R$ 3,3 bilhões a sua privatização, em 1997, e, após, mais R$ 5 bilhões para o HSBC comprar o Bamerindus.

Além da CPI do Proer, os trabalhos de investigação sobre as operações do HSBC terão continuidade na CPI das Financeiras, em São Paulo.

alesp