Contas passadas a limpo

OPINIÃO - Arnaldo Jardim*
17/12/2003 18:01

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Nada mais natural que a prestação de contas de um parlamentar ao findar mais um ano legislativo. Afinal, um mandato é um compromisso coletivo - e todo parlamentar deve mostrar à população como exerceu esse poder recebido em confiança. Aqui, na Assembléia Legislativa de São Paulo, tive um ano muito intenso. Como coordenador da Frente Parlamentar pela Energia Limpa e Renovável, tive o privilégio de testemunhar a chegada ao mercado consumidor brasileiro do carro movido a combustível flexível e o avanço da co-geração de energia elétrica a partir do bagaço da cana-de-açúcar.

As formas alternativas de energia, como as discussões sobre as pesquisas de célula de combustível e de biodiesel, acabaram por fazer com que a Frente tivesse uma atividade intensa ao longo do ano legislativo. No entanto, o quadro era de adversidade, no início de 2003, diante da perspectiva de uma alta acentuada do preço do álcool e a possibilidade de que o mesmo viesse a faltar, comprometendo sua credibilidade enquanto combustível ecologicamente correto. Essa fase foi superada pela antecipação da colheita da cana. Com isso, a Frente teve instrumentos para defender a aprovação da redução do ICMS de 25% para 12% sobre o álcool hidratado.

Também coordenei a Frente Parlamentar pela Habitação. Engenheiro civil que sou, secretário da Habitação que fui, tenho uma longa interação com esse setor. Assim, tenho participado ativamente da discussão de propostas que viabilizem a questão habitacional, para que os problemas sejam enfrentados de uma forma mais profunda, ainda mais nessa quadra que vivemos, em que a geração de empregos, inclusive na construção civil, é fundamental para o desenvolvimento de nosso País.

Em outra frente de atuação, fui eleito, em 2003, vice-presidente da Comissão de Transportes, passando a integrar o Conselho da Artesp - Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados de Transporte do Estado de São Paulo, discutindo as concessões ferroviárias e a questão do transporte no Estado.

Tivemos, em outra ocasião, a oportunidade de discutir problemas referentes às metrópoles, debatendo a necessidade de manter investimentos em transporte para evitar um gargalo perigoso nesse momento em que temos que fazer, mais do que nunca, um esforço para manter o nosso ímpeto exportador.

Atuei como líder do PPS na Assembléia paulista e posso comemorar o fato de que a nossa bancada foi uma das mais ativas - nossos parlamentares tiveram uma atuação intensa, com a apresentação de alternativas, idéias e propostas bem embasadas.

Quero destacar também a possibilidade que tive de acompanhar o governo do Geraldo Alckmin, um governo que merece o meu respeito, acredito de todos nós, pela forma séria, austera que trata a coisa pública e pelo fato de ser uma administração que abriu mão de uma visão assistencialista, em favor de uma visão que procura fortalecer o espírito empreendedor da sociedade.

O Estado de São Paulo, vitimado pela crise econômica como os demais, é o pólo mais desenvolvido da nossa economia e tem procurado combater a guerra fiscal. Com relação a isso, não conseguimos avançar muito - afinal, o nosso crescimento foi pífio este ano, a guerra fiscal persiste e a Reforma Tributária não contribuiu para a retomada do desenvolvimento. No entanto, estamos preparados para, em 2004, buscarmos fazer com que o Parlamento paulista tenha uma atitude cada vez mais ativa e propositiva para que São Paulo retome o caminho do crescimento.

*O engenheiro civil Arnaldo Jardim, 48 anos, é deputado estadual e líder da bancada do PPS na Assembléia.

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