Dois trabalhadores já morreram nos canaviais em 2007


10/05/2007 16:56

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As péssimas condições de trabalho do setor açucareiro do Brasil já fizeram duas vítimas este ano no Estado de São Paulo. Na cidade de Guariba, o trabalhador José Pereira Martins, de 52 anos, morreu de infarto. Na cidade de Barretos, Lourenço Paulino de Souza, de 20 anos, foi encontrado morto. Segundo a radioagência NP, ele trabalhava para a usina São José, do grupo Açúcar Guarani.

Com estas mortes, o número sobe para 19 em pouco mais de um ano. O advogado da Rede Social de Justiça e Direitos Humanos, Aton Fon, disse que o atual acordo entre o Brasil e os Estados Unidos para a produção do agrocombustível dificulta a fiscalização do setor, tendo em vista que a preocupação do governo agora é aumentar o plantio da monocultura e isso não prioriza as boas condições de trabalho para os cortadores.

O deputado Rafael Silva diz que "aguarda para breve a instalação da CPI que vai apurar os danos causados pelas queimadas nos canaviais em São Paulo". "A morte dos dois trabalhadores nos preocupa, pois estudos feitos pela Rede Social apontaram que no ano passado, em todo o Brasil, morreram 17 trabalhadores rurais. Estamos no início da safra e já houve a morte de dois trabalhadores", relata.

Um agravante desse problema é que a maioria dos cortadores tem contratos temporários e ganha somente por produção. No caso do corte de cana, os trabalhadores recebem por tonelada. Segundo o advogado da Rede Social, isso tira as responsabilidades trabalhistas das empresas que contratam os serviços. Na maioria das vezes, um trabalhador corta até 12 toneladas de cana por dia, sendo necessário dar mais de 10 mil golpes de facão.

rsilva@al.sp.gov.br

alesp