Existe o lado competente e íntegro da Polícia Militar de São Paulo, como foi comprovado na bem-sucedida ação que culminou com a morte de 12 bandidos, perto de Sorocaba, há algumas semanas. Mas, apesar de todo o apoio recebido pela opinião pública depois daquele episódio, alguns dos heróicos policiais envolvidos na operação estão sendo punidos e afastados de suas atividades. O próprio comandante-geral da PM, coronel Rui César Mello, anunciou que, neste caso, está sendo aplicado o Proar, o Programa de Acompanhamento de Policiais Envolvidos em Ocorrência de Alto Risco, um regulamento absurdo: policiais militares que participam de ações violentas acabam sendo retirados de serviço e são submetidos a exames psicológicos. Dos 100 que participaram da ação contra o PCC, 37 ficarão confinados em consultórios por 21 dias, inicialmente para tratamento. Esse período poderá ser dilatado. Numa comparação infeliz, o coronel Rui chegou a estabelecer um paralelo entre esses PMs e os veteranos da Guerra do Vietnã. Pergunto: após essa experiência adquirida, tais policiais não seriam muito mais úteis nas ruas, agindo contra outros criminosos? E mais: um médico é retirado de serviço se, após todo o seu esforço, não consegue evitar a morte de um paciente numa cirurgia?*Afanásio Jazadji é deputado, vice-Líder do PFL.