A luta dos 87,5 mil funcionários públicos da Saúde no Estado de São Paulo tem sido árdua, frente à falta de cooperação do governo estadual no que tange às reivindicações sobre o plano de carreira da categoria.A implantação do plano de carreira, como desejam os trabalhadores da Saúde, seria um grande estímulo ao funcionalismo, dando-lhe perspectivas de evolução profissional e, por conseqüência, melhorando o atendimento prestado à população.Nem mesmo a greve realizada pela categoria nesse ano demoveu o Executivo da idéia de relegar os trabalhadores a um plano de cargos, pouco modificado devido à pressão da paralisação e insuficiente diante das demandas da classe.As melhorias propostas pelo governo estadual aos trabalhadores da Saúde se resumiram a uma reformulação do já citado plano de cargos, uma maquiagem que merece ser repudiada com veemência.Nós, socialistas e defensores dos direitos dos trabalhadores, nos solidarizamos com os funcionários do setor da Saúde e endossamos o pedido ao Executivo para que conceda um plano de carreira consistente à categoria, que inclua benefícios como carreira multiprofissional, ingresso por meio de concurso público, jornada máxima de 30 horas semanais, isonomia salarial e promoção após avaliação do desempenho no cargo anterior, dentre outros princípios. Beira o inconcebível a forma com que o atual governo do Estado trata o funcionalismo da Saúde e, da mesma forma, todo o sistema em si. A falência do setor pode ser atestada facilmente, com verbas reduzidas para a manutenção de hospitais e postos de atendimento, além da crônica anemia dos investimentos na construção de novas unidades de Saúde, uma triste característica que predomina em nossos governos, sempre voltados, primeiro, aos interesses das elites dominantes.A mobilização social para a defesa dos direitos dos trabalhadores da Saúde faz-se necessária e contará com nossa disposição para que venha a ser bem-sucedida, pois não se pode negar à categoria o acesso a condições melhores de trabalho e a uma legislação que a proteja do descaso com que vem sendo tratada pelos sucessivos governos estaduais, insensíveis à causa social e aos direitos trabalhistas.*Salvador Khuriyeh é deputado pelo PSB.