Evelina Villaça obtém o etéreo na figura estilizada, servindo-se de uma estrutura de aço inoxidável

Museu da escultura ao ar livre
14/03/2007 20:38

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Evelina Villaça possui uma vontade de realizar e se comunicar que se traduz nas mais diversas formas artísticas: da escultura à pintura, dos "translúcidos às transluscências". A polivalência dessa artista é evidente e se orienta sobre uma variedade de atitudes expressivas, que constituem o caráter constitutivo de seu trabalho.

Para essa artista, sua condição de escultora é um fato existencial que envolve toda a sua pessoa: sua generosa vitalidade, sua integridade moral e sua obstinação de pesquisadora no esforço de obter formas puras, tanto do mármore quanto do aço.

No horizonte criativo de Evelina Villaça existe inicialmente a ação, proclamada como destino do conhecimento. Exemplos recentes são suas esculturas em aço escovado, verdadeiras estruturas espaciais, cujo rigor geométrico faz nascer um entrelaçamento de seres estilizados. Seu lado estático, entretanto, se anima de tensões, cujos movimentos dependem do equilíbrio dinâmico instituído entre os pontos da base.

As estruturas geométricas e plasticamente puras de suas recentes esculturas podem coexistir perfeitamente ao lado de outras figurativas. Em conclusão, uma forma abstrata pode se conciliar com uma pontual narração.

Na transmutação de forma a forma, a imagem natural pode alcançar uma ordem geométrica, mas a eficácia do resultado depende, igualmente e em última análise, da vontade criativa original, submersa instintiva e racionalmente no organizado uso dos materiais.

Na obra Anjos, doada ao Museu da Escultura ao Ar Livre, Evelina Villaça enfrenta um tema ao qual vem se dedicando nos últimos tempos: a estilização da figura humana. As estruturas vazadas de sua obra revelam uma nova relação entre superfície e volume, entre interior e exterior, e nos oferecem como resultado surpreendente verdadeiros anjos etéreos.

A artista

Evelina Villaça nasceu em São Paulo, em 1944. Escultora e pintora, formou-se em história da arte pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), em 1985. Cursou ainda arte contemporânea no Estúdio Contempoarte (1999); escultura com Cláudio Calia (1993); escultura no Museu Brasileiro da Escultura (1996); e história da arte (1985).

Participou de diversas exposições, entre as quais destacam-se: 33º Salão da Sociedade Brasileira de Belas-Artes do Rio de Janeiro; 7º Salão de Artes Plásticas na Casa de Cultura de São Lourenço, MG; Pinturas e Esculturas na Casa de Cultura de Araras, SP; 47º Salão Oficial de Juiz de Foram, MG; 1º Exposição de Artes das Arcadas, Faculdade de Direito de São Paulo, São Paulo (1997); Salão Bunkyo da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa, São Paulo (1998); Mostra de Arte Latino-Americana, Memorial da América Latina, São Paulo (1999 e 2001); Salão do Museu Municipal do Esmalte Contemporâneo, Tarragona, Barcelona, Espanha; Salão dos Independentes, Paris, França; "Cotidiano e Imaginário", A Arte da Mulher Brasileira do Século XX, SP; "Tempo Aberto", Espaço Cultural Paineiras do Morumbi (SP); Museu da Casa Brasileira, São Paulo (2001); "Esculturas", Espaço Cultural Caixa Econômica Federal, Brasília (DF); "Intervenção Urbana", Espaço Cultural Caixa Econômica Federal, São Paulo (2002).

Recebeu vários prêmios, destacando-se entre eles: 1º e 2º Salão de Terracota de Santo Amaro, São Paulo; 33º e 34º Salões Femininos da Sociedade Brasileira de Belas-Artes, Rio de Janeiro; Casa da Cultura de Araras, SP; 23º Salão de Maio da Sociedade Brasileira de Belas-Artes, Rio de Janeiro; 2º, 3º e 4º Concursos da Galeria Mali Villas Bôas, São Paulo; Medalha de Ouro do Instituto de Artistas Plásticos de São Paulo; 13º Salão José Maria Almeida, Rio de Janeiro.

É membro do Comitê Nacional Brasileiro da Associação Internacional de Artes Plásticas da Unesco, do Sindicato dos Artistas Plásticos do Estado de São Paulo e da Academia Brasileira de Artes e Ciências. Possui obras em coleções particulares no Brasil, Estados Unidos e Itália e em acervos oficiais como os do Museu da Escultura ao Ar Livre, instalado nos jardins do Palácio 9 de Julho, e do Museu de Arte do Parlamento de São Paulo.

alesp