Parlamentar aciona MP para que Estado acelere substituição de escolas de latão


04/04/2006 10:29

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Acelerar a substituição das 76 escolas estaduais de latão ainda existentes na capital paulista, Grande São Paulo e Interior. É com este objetivo que a deputada Maria Lúcia Prandi (PT), presidente da Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, está acionando o Ministério Público. Paralelamente, a parlamentar protocolou requerimento de informação, cobrando detalhes do atual cronograma de obras da Secretaria Estadual da Educação para troca das unidades de metal por prédios de alvenaria.

"É um absurdo que em 12 anos no poder o atual governo não tenha tido competência para encontrar as áreas necessárias para a construção de escolas de alvenaria, garantindo o mínimo de dignidade para alunos e profissionais do magistério. Ao contrário disso, optou pela implantação das malfadadas unidades de latão e, depois, foi lento na sua substituição por colégios de concreto", enfatiza a parlamentar.

Segundo Prandi, a existência dessas unidades de latão é mais uma prova de que a imagem de qualidade que o governo estadual tenta passar na educação é um castelo de areia que não resiste à primeira marola. "Como o Estado mais rico do país pode dizer que oferece educação de qualidade se ainda tem unidades de latão em sua rede oficial?", questiona Maria Lúcia.

Entre os principais problemas das escolas de latão, está o calor excessivo no verão e o frio intenso no inverno. Além disso, a ventilação também é prejudicada, e nos dias de chuva o barulho dos pingos no metal torna impossível aos alunos ouvirem a voz dos professores. Muitos estudantes chegam a passar mal em decorrência das variações de temperatura, especialmente nos dias de calor intenso.

"É realmente um absurdo submeter estudantes e profissionais do magistério a uma situação dessa natureza. Vamos exigir que o Estado apresente um cronograma completo para a substituição emergencial dessas unidades e não somente no início da década", acrescenta a presidente da Comissão de Educação. No requerimento protocolado na Assembléia, a parlamentar pede a lista completa das atuais escolas de latão, nível de ensino, número de alunos atendidos e o estágio do processo de substituição.

Seguindo a deputada, algumas perguntas precisam ser respondidas pela Secretaria da Educação: "Já foram definidas todas as áreas em que as novas escolas serão construídas? O processo para contratação das obras já foi iniciado? Há alguma obra já em andamento?".

"Não vamos dar trégua até que todas as escolas de latão sejam substituídas e alunos e professores sejam tratados com dignidade", conclui a deputada Prandi, que espera uma medida firme do Ministério Público para exigir o fim das escolas de latão.

mlprandi@al.sp.gov.br

alesp