Opinião - Integração contra a dengue


08/06/2011 11:03

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Os principais jornais de Ribeirão Preto estamparam na primeira página das suas edições da quinta-feira da semana passada, 3/6, uma triste notícia: a dengue foi responsável por mais duas mortes naquela cidade.. Só neste ano, já foram seis as vítimas fatais dessa doença; no ano passado, dez pessoas morreram vítimas da dengue e até a metade deste ano (estamos em junho) já temos seis mortes e mais oito casos em investigação com possibilidades de terem morrido também vitimados pela dengue.

São inúmeros, infelizmente, os casos. Ribeirão Preto, até o inicio deste mês de junho chegou a 13.547 casos contabilizados de dengue; apenas nos quinze dias anteriores, foram mais 1.142 casos comprovados. Mais impressionante ainda é saber que mais de dez mil amostras de sangue foram tiradas - mais dez mil não anotadas nas estatísticas oficiais - com suspeita de dengue. O resultado dos exames não tem sido possível apurar nessas dez mil suspeitas porque não existem kits para examinar. É um material importado e a Secretaria de Saúde de Ribeirão Preto está sem poder constatar se essas pessoas realmente foram vítimas da dengue. É lógico que quando a pessoa procura a área da Saúde com os sintomas comuns à dengue, principalmente febre, é bem provável ser doença, daí a necessidade do exame. Caso sejam comprovadas essas suspeitas, nós teríamos mais de vinte mil casos em pouco mais de cinco meses.

Nessa área da Saúde, no geral, teríamos de ter, integrados, um plano nacional de saúde, um estadual de saúde e municipais de saúde. Num caso como esse, por exemplo, da epidemia de dengue registrada em Ribeirão Preto, a maior dos últimos anos e a maior do Estado de São Paulo não deve haver, apenas, ações isoladas da Secretaria Municipal de Saúde. Deveria haver, sim, uma integração geral: Secretaria Estadual de Saúde, Secretaria Municipal de Saúde e o próprio Ministério da Saúde, com os seus representantes realizando reuniões periódicas para definir estratégias conjuntas de como enfrentar essa epidemia.Obrigatoriamente cada nível de governo teria de apresentar um plano para o setor de Saúde e se reuniriam, periodicamente, para promover a integração desses planos visando maior eficiência operacional.

Defendo, pois, um planejamento correto e uma ação integrada dos governos municipais, estaduais e da União específica para a dengue: matemos esse mosquito antes que ele nos mate!



*deputado estadual e ex-prefeito de Ribeirão Preto

alesp