Opinião - Uma nova era


07/05/2009 17:21

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A Petrobras começou a exploração experimental do campo de Tupi, na Bacia de Santos. Durante 15 meses desta primeira etapa de testes, serão extraídos, diariamente, 15 mil barris de petróleo. Ao final do próximo ano, a marca já subirá para 100 mil tonéis e 4 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Como bem disse o presidente Luís Inácio Lula da Silva, e reforça a campanha publicitária da estatal, o último dia 1º de maio marcou o início de uma nova era.

É o começo de novos tempos em que o Brasil se coloca, definitivamente, como um dos mais importantes players do mercado energético internacional. Apenas o campo de Tupi tem uma reserva estimada em 8 bilhões de barris do chamado ouro negro. Além dele, outras áreas da Bacia de Santos estão sendo pesquisadas e apontam para um potencial de exploração de gás e petróleo que permitirá ao Brasil ser ator principal onde até bem pouco fazia mera figuração.

E os benefícios para o Brasil e os brasileiros podem marcar um autêntico divisor de águas no desenvolvimento socioeconômico do país. De forma direta, serão milhares de novos empregos. Apenas a Petrobras deverá contar, em curto prazo, com 6 mil funcionários em sua unidade de negócios da Baixada Santista. Até 2013, estão previstos investimentos que ultrapassam US$ 25 bilhões.

Outro ganho virá dos investimentos no desenvolvimento da tecnologia necessária para exploração desses recursos naturais, que estão armazenados em até 10 mil metros de profundidade. Além de estar submetido às adversidades de uma operação de alto risco em mar aberto, também será preciso superar as barreiras impostas pelo chamado pré-sal. Um desafio jamais enfrentado antes.

E para superá-lo, a Petrobras trabalha em conjunto com cinco universidades públicas brasileiras na formação da Rede Galileu, uma supermalha de computação e tecnologia da informação. Esta teia já está em desenvolvimento e permitirá simular em laboratório as condições extremas a que serão submetidas as plataformas de exploração da Bacia de Santos.

O objetivo deste trabalho é obter precisão científica, reduzindo os riscos da prospecção do petróleo e do gás na Bacia de Santos. Uma geração de conhecimento técnico-científico que demonstra todo o potencial e inteligência do povo brasileiro. Uma nação que deixa para trás o complexo de inferioridade que historicamente a marcou.

E os benefícios de toda essa megaoperação também chegarão à vida de todas as pessoas, mesmo aquelas que estejam distantes da cadeia produtiva da indústria petrolífera. Isso se dará de várias formas. Uma delas será por meio da movimentação da economia proporcionada pelo consumo de bens e serviços por funcionários da Petrobras e de suas prestadoras de serviços.

Assim, haverá mais dinheiro em circulação, gerando empregos indiretos e aumento de arrecadação de tributos. Os royalties pagos em função da exploração dos chamados hidrocarbonetos também irão turbinar os cofres das prefeituras. Todos esses recursos deverão ser direcionados na melhoria dos serviços públicos prestados à população de forma geral.

Saúde, Educação, Segurança, Habitação, Limpeza Urbana e Transporte devem ser prioridades. Comporão um vigoroso tecido de proteção social. É preciso aproveitar com sabedoria aquilo que a natureza nos oferece. Toda pujança econômica só terá sentido se for revertida em justiça social e vida digna para todos. Assim, sem dúvida, estaremos vivendo uma nova era.



*Maria Lúcia Prandi é deputada estadual pelo PT

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