Diretor do HSBC depõe na CPI das Financeiras


08/05/2002 17:40

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DA REDAÇÃO

Em reunião realizada nesta quarta-feira, 8/5, a CPI das Financeiras, sob a presidência do deputado Claury Alves da Silva (PTB), ouviu o depoimento do diretor-executivo do HSBC, Frank Lawson, que trabalha no HSBC do Brasil desde março de 1997. "Antes desse período, eu prestava serviços para o Midland inglês que, posteriormente, foi comprado pelo HSBC."

Quanto à instituição financeira comandada por Ivan Yung, o Hong Kong Bank, Lawson esclareceu que o HSBC detinha 50% do capital, mas apenas 33% dos votos acionários. "A empresa de Yung, a Prime, possuía 50% do capital e 66% do direito de voto."

O relator da CPI, Salvador Khuriyeh (PSB), explicou que Ivan Yung tinha em seu poder procurações para operar a conta de clientes do HKB, ligado ao HSBC, no exterior, mais precisamente nas Ilhas Jersey.

Segundo Khuriyeh, algum tempo depois Ruth Escobar recebeu carta do HSBC informando que "haviam surgido problemas em potencial nas contas correntes da cliente, em função do uso que Ivan Yung fez das procurações em seu poder". O relator destacou que, de acordo com informações do HSBC, Yung havia investido numa instituição de sua propriedade denominada Universal.

Entretanto, o HSBC lembrou que era impossível precisar o valor que cada cliente perdeu, uma vez que as quantias diversas, de usuários diferentes, foram depositadas numa mesma conta de Yung. "O banco chegou a encaminhar representantes ao Tribunal de Jersey para avaliar o caso."

Lawson afirmou conhecer o assunto mas informou que não pertence ao segmento brasileiro. "As aplicações foram feitas num banco estrangeiro e não dizem respeito ao Brasil." O diretor se comprometeu a encaminhar à CPI cópias de documentos sobre o assunto, dentro do que permitir a lei.

Khuriyeh cobrou do diretor executivo o fato de o HSBC ter se associado a uma instituição que havia contraído empréstimos sem oferecer garantia. "Como o HSBC pode manter sociedade com um banco que não tinha condições de operar no Brasil?"

O diretor-executivo justificou que a associação foi conduzida pelo falecido Antonio Prado. "O desconforto acabou sendo nosso também, tanto que a sociedade entre o HSBC e o HKB foi desfeita."

alesp