Deputado defende projeto pedagógico com participação da comunidade


07/05/2002 17:16

Compartilhar:


DA ASSESSORIA

O deputado estadual Hamilton Pereira (PT), autor da Lei 10.312, que institui o Programa Interdisciplinar e de Participação Comunitária para o Combate à Violência nas Escolas, tem defendido que os projetos pedagógicos das escolas são ineficientes.

Hamilton Pereira aponta para a necessidade de se criar e aplicar um projeto pedagógico que possibilite a participação ativa da comunidade na escola, integrando atividades multidisciplinares com envolvimento de profissionais habilitados, que possam colaborar nas áreas da psicologia, assistência social, terapia ocupacional, orientação contra o uso de drogas etc.

"É exatamente isso que propusemos na Assembléia Legislativa de São Paulo em 1997, através do Programa de Combate à Violência nas Escolas", afirma Pereira. "O Programa, apesar de ter vetados alguns artigos que consideramos de extrema importância, vem sendo aplicado em cerca de 100 escolas estaduais da Grande São Paulo, como ''Parceiros do Futuro''", explica.

No último mês de abril, através do Diário Oficial do Estado, o governo de São Paulo divulgou que o Parceiros do Futuro será expandido para as cidades do Interior e litoral. Segundo a resolução, para participar do programa a escola deverá atender preferencialmente a alunos do Ciclo II do ensino fundamental e/ou médio, dispor de quadra esportiva, sala de informática e ter no mínimo oito salas de aula.

O deputado considera importante a expansão do Programa para o Interior do Estado, apesar de considerá-la tardia. "Preocupados com essa demora, levamos o nosso projeto original aos vereadores da região de Sorocaba", explica o deputado. "Já foram promulgadas leis municipais em Itapetininga, Piedade, Pilar do Sul, Salto e São Roque", conclui.

Diversas pesquisas de diferentes órgãos da sociedade têm mostrado a invasão do espaço das escolas pela violência. Um levantamento realizado junto aos estudantes, pais e professores pela Unesco, que é o braço das Nações Unidas para a educação, ciência e cultura, mostra que na maioria dos colégios os alunos se sentem tão inseguros na sala de aula como na rua.

Só no Estado de São Paulo, conforme mostra uma pesquisa realizada no final do ano passado pelo Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério Oficial do Estado de São Paulo (Udemo), 76% das escolas da rede pública estadual já sofreram algum tipo de violência.

Os tipos de violência ocorrida dentro e no entorno das escolas variam entre agressões, roubos e assaltos, estupros, depredações, porte de armas e discriminação racial. A pesquisa da Unesco mostra que 70% dos alunos que têm arma de fogo já levaram seus revólveres para a escola, 50% do corpo docente de São Paulo e 51% do de Porto Alegre relataram algum tipo de agressão.

No Estado de São Paulo, a Udemo mostra que 81% das escolas são vítimas de depredações nos prédios, 58% do tráfico e consumo de drogas no interior da escola, 88% de desacato ou agressões verbais a professores e 19% de agressões físicas a funcionários.

Dentro deste quadro alguns apontam como solução a instalação de alarmes e câmeras, aumento dos muros e policiamento mais ostensivo. Já na rede estadual de ensino de São Paulo, 77% das escolas apontaram para a necessidade de projetos de conscientização e valorização da escola envolvendo pais, alunos e comunidade em geral, ficando em segundo lugar a contratação de vigias, porteiros e inspetores de alunos e, em terceiro lugar, a maior participação e presença dos pais na escola.

alesp