Opinião - Política de mudanças climáticas


15/10/2009 18:38

Compartilhar:


Uma rápida observada nos noticiários traz na maioria das pessoas um questionamento: o que está acontecendo com o tempo? Somente nos últimos dias vimos tufão no Japão, mortes nas Filipinas, tsunamis, temporais em São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Em todos esses desastrosos episódios, inclusive e lamentavelmente com a perda de vidas e muitos desabrigados, repetidamente ouvimos sobre fatores que interferem em todo planeta, que são o aquecimento global e as mudanças climáticas.

É urgente que decisões sejam tomadas e ações colocadas em prática para a redução das emissões dos gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. Nesse sentido, o Estado de São Paulo dá um grande passo ao aprovar a Política Estadual de Mudanças Climáticas. O projeto do governo foi analisado em plenário na Assembleia Legislativa, na noite de terça-feira (13/10), e aprovado por unanimidade.

Analisando de maneira simples, essa iniciativa representa preparar o Estado de São Paulo para enfrentar o aquecimento global e suas conseqüências. Mais que isso, ao implantar sua Política de Mudanças Climáticas, São Paulo pode ser exemplo para o restante do país e até para outros países, uma vez que vemos poucas ações dos governos em relação ao assunto e muitos dizem ainda que há preocupações mais urgentes do que o aquecimento global.

Como presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente, posso avaliar como muito positivas as audiências públicas que realizamos na região de Ribeirão Preto, Americana, Santo André e na Assembleia para debater essa proposta, que muito contribuíram nas discussões finais do projeto.

Não existe dúvida alguma sobre a necessidade de diminuir o lançamento dos gases de efeito estufa na atmosfera e essa responsabilidade recai sobre setor público, setor produtivo e em cada um de nós, cidadãos. Para assegurar qualidade de vida às futuras gerações, temos um grande desafio em nosso cotidiano, que é a mudança de hábitos e costumes, como reduzir o consumo de eletricidade e de água, fazer a disposição correta de resíduos orgânicos, lixo reciclável, resíduos sólidos ou o lixo eletrônico.

Um ponto que gostaria de destacar é a emenda apresentada pela bancada do Partido Verde ao projeto, também aprovada pelos deputados, estabelecendo meta mínima de redução de emissões dos gases de efeito estufa na ordem de 20% até 2020. Sem a determinação de metas, a política de mudanças climáticas teria pouco ou quase nenhum sentido.

O Brasil tem pouca experiência quando o assunto é política de mudanças climáticas. A proposta de São Paulo surge como inovadora e assim podemos avançar concretamente em temas tão sérios como do aquecimento global e mudanças climáticas.

Se quisermos reduzir os impactos do aquecimento global, metas precisam ser estabelecidas e cumpridas com a finalidade de estabilizar o sistema climático do planeta. O Estado de São Paulo sai na frente, sendo o primeiro a assumir uma política formal de defesa do meio ambiente, dando ao tema a importância que ele merece e um exemplo ao Brasil.



*Chico Sardelli é deputado estadual (PV), presidente da Comissão de Defesa do Meio Ambiente na Assembleia Legislativa.

alesp